O Brasil registrou 37 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no trimestre móvel de maio a julho de 2023. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
O número se manteve estável em relação ao trimestre anterior. Já na comparação com o mesmo período de 2022, houve um crescimento de 3,4% (acréscimo de 1,2 milhão de pessoas).
Embora o percentual de trabalhadores com carteira assinada não tenha aumentado na base trimestral, os números continuam positivos. Isso porque a estabilidade da taxa sinaliza que não houve redução na quantidade de empregados formais no país.
Em 2020, a pandemia da covid-19 derrubou os números do mercado de trabalho. Os dois anos seguintes ficaram marcados pela recuperação dos dados, que ficaram mais expressivos em 2022.
Por isso que o crescimento anual do número de trabalhadores formais é um resultado positivo para o mercado de trabalho brasileiro, pois reflete o fortalecimento do trabalho no país.
A saber, o número de empregados sem carteira de trabalho cresceu 4,0% em relação ao trimestre móvel anterior, o que representa um acréscimo de 503 mil pessoas nessa situação.
Entre os meses de maio e julho deste ano, havia 13,2 milhões de pessoas com uma ocupação informal no Brasil. Em síntese, esse nível é bastante elevado, mas fica abaixo dos 13,4 milhões observados no trimestre móvel de agosto a outubro de 2022, maior número já registrado na série histórica, que teve início em 2012.
Já na comparação com o trimestre móvel de maio a julho de 2022, a taxa ficou estável no país. Isso mostra que houve os números deste indicador caíram no início do ano, mas voltaram a crescer, retomando o patamar observado na metade de 2022.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Além disso, o IBGE informou que havia 25,2 milhões de trabalhadores por conta própria no país entre maio e julho deste ano. Esse valor ficou estável na comparação trimestral, mas caiu 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado (menos 637 mil pessoas).
O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,9 milhões no período. A taxa cresceu 3,3% em relação ao trimestre móvel anterior (acréscimo de 195 mil pessoas), mas ficou estável na comparação anual.
Na última sexta-feira (1º), o IBGE reportou que a taxa de desocupação no Brasil caiu 0,6 ponto percentual no trimestre móvel encerrado em julho, para 7,9%. Em síntese, esse é o menor nível para o período desde 2014. Já na base anual, o número de pessoas desocupadas caiu 1,2 ponto percentual, refletindo a recuperação do mercado de trabalho do país nos últimos 12 meses.
A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 5,1% em um ano, para R$ 2.935. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 142 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.792 um ano atrás.
O levantamento ainda informou quais setores geraram mais empregos no trimestre móvel de maio a julho de 2023. Em resumo, apenas três dos dez grupamentos pesquisados fechou o trimestre com saldo positivo, na comparação com o anterior. Veja quais foram:
De acordo com o IBGE, os sete grupamentos restantes não tiveram variações significativas em relação ao trimestre móvel anterior. A propósito, os grupamentos são:
O resultado trimestral indicou estabilidade na maior parte dos grupamentos pesquisados, e isso também aconteceu na base anual. Em suma, o número de vagas criadas no Brasil também cresceu em apenas três dos dez grupamentos pesquisados, na comparação a 2022.
Veja abaixo os números de empregos criados nos últimos 12 meses até junho:
Por outro lado, dois grupamentos fecharam vagas em um ano: de agricultura, pecuária e afins (menos 450 mil pessoas) e de construção (menos 309 mil pessoas). Já os cinco grupamentos restantes não tiveram variações significativas em um ano, ou seja, mantiveram-se estáveis.