O Brasil registrou 36,8 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no segundo trimestre de 2023. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
O número se manteve estável em relação ao trimestre anterior. Já na comparação com o segundo trimestre de 2022, houve um crescimento de 2,8% (acréscimo de 991 mil pessoas).
Embora o percentual de trabalhadores com carteira assinada não tenha aumentado na base trimestral, os números continuam positivos. Isso porque a estabilidade da taxa sinaliza que não houve redução na quantidade de empregados formais no país.
Em 2020, a pandemia da covid-19 derrubou os números do mercado de trabalho. Os dois anos seguintes ficaram marcados pela recuperação dos dados, que ficaram mais expressivos em 2022.
Por isso que o crescimento anual do número de trabalhadores formais é um resultado positivo para o mercado de trabalho brasileiro.
Empregados sem carteira assinada
A saber, o número de empregados sem carteira de trabalho cresceu 2,4% em relação ao trimestre anterior, o que representa um acréscimo de 303 mil pessoas nessa situação.
Nos meses de abril e junho deste ano, havia 13,1 milhões de pessoas com uma ocupação informal no Brasil. Em síntese, esse nível é bastante elevado, mas fica abaixo dos 13,4 milhões observados no trimestre móvel de agosto a outubro de 2022, maior número já registrado na série histórica, que teve início em 2012.
Já na comparação com o segundo trimestre de 2022, a taxa ficou estável no país. Isso mostra que houve os números deste indicador caíram no início do ano, mas voltaram a crescer no segundo trimestre, retomando o patamar observado na metade de 2022.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Trabalhadores por conta própria e domésticos
Além disso, o IBGE informou que havia 25,2 milhões de trabalhadores por conta própria no país entre abril e junho deste ano. Esse valor ficou estável na comparação trimestral, mas caiu 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado (menos 491 mil pessoas).
O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,8 milhões no período. A taxa cresceu 2,6% em relação ao trimestre anterior (acréscimo de 151 mil pessoas), mas ficou estável na comparação anual.
Na última sexta-feira (28), o IBGE reportou que a taxa de desocupação no Brasil caiu 0,8 ponto percentual no segundo trimestre, para 8,0%. Em síntese, esse é o menor nível para o período desde 2014. Já na base anual, o número de pessoas desocupadas caiu 1,3 ponto percentual, refletindo a recuperação do mercado de trabalho do país no último ano.
A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 6,2% em um ano, para R$ 2.921. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 169 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.750 um ano atrás.
Veja os setores que mais geraram empregos
O levantamento ainda informou quais setores geraram mais empregos no segundo trimestre de 2023. Em resumo, apenas um dos dez grupamentos pesquisados fechou o trimestre com saldo positivo, na comparação com o trimestre anterior.
Trata-se do grupamento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, que registrou aumento de 4,2% no número de vagas criadas, o que correspondeu um acréscimo de 716 mil pessoas.
De acordo com o IBGE, os nove grupamentos que não tiveram variações significativas em relação ao trimestre móvel anterior foram:
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura;
- Alojamento e alimentação;
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas;
- Construção;
- Indústria geral;
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas;
- Outros serviços;
- Serviços domésticos;
- Transporte, armazenagem e correio.
Resultado anual também fica pouco expressivo
O resultado trimestral indicou estabilidade na maior parte dos grupamentos pesquisados, e isso também aconteceu na base anual. Contudo, o número de vagas criadas no Brasil cresceu em três dos dez grupamentos pesquisados, ou seja, os dados estão um pouco melhores em 2023, em comparação a 2022.
Veja abaixo os números de empregos criados nos últimos 12 meses até junho:
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- Administração pública (+793mil);
- Informação, comunicação e afins (+344 mil);
- Transportes, armazenagem e correio (+221 mil).
Por outro lado, dois grupamentos fecharam vagas em um ano: de agricultura, pecuária e afins (menos 440 mil pessoas) e de construção (menos 345 mil pessoas). Já os demais grupamentos não tiveram variações significativas em um ano.