O Brasil registrou 37,973 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no trimestre encerrado em dezembro de 2023. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
O número cresceu 1,6% em relação ao trimestre anterior, o que representa um acréscimo de 612 mil pessoas. Já na comparação com o trimestre de outubro a dezembro de 2022, o crescimento foi ainda maior, de 3,0% (acréscimo de 1,1 milhão de pessoas).
Com isso, o número de trabalhadores com carteira assinada no Brasil bateu recorde em 2023, atingindo o maior contingente da série histórica, que teve início em 2012.
Em resumo, o aumento do percentual de trabalhadores com carteira assinada na base trimestral é um dado bastante positivo, pois mostra o fortalecimento do mercado de trabalho brasileiro no final de 2023, algo que não aconteceu nos primeiros meses do ano passado.
Cabe salientar que a pandemia da covid-19 derrubou os números do mercado de trabalho em 2020. Os dois anos seguintes ficaram marcados pela recuperação dos dados, que se mostraram mais expressivos em 2022. Por isso que o crescimento anual do número de trabalhadores formais foi mais intenso, em relação à base trimestral.
Empregados sem carteira assinada
A saber, o número de empregados sem carteira de trabalho ficou estável tanto na comparação trimestral quanto na anual. Entre outubro e dezembro de 2023, havia 13,5 milhões de pessoas com uma ocupação informal no Brasil, segundo os dados do levantamento.
Em síntese, esse nível é muito elevado e também representa o recorde da série histórica para esse indicador.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quarta-feira (31).
Trabalhadores por conta própria e domésticos
Além disso, o IBGE informou que havia 25,6 milhões de trabalhadores por conta própria no país entre outubro e dezembro do ano passado. Esse valor ficou estável tanto na base trimestral quanto na anual.
O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 6,0 milhões no período. Nesse caso, a taxa cresceu 3,8% em relação ao trimestre anterior (acréscimo de 223 mil pessoas) e avançou 3,5% na comparação com o trimestre encerrado em dezembro de 2022 (mais 204 mil pessoas).
Nesta quinta-feira (31), o IBGE divulgou os dados mais recentes da PNAD Contínua, revelando que a taxa de desocupação no Brasil caiu 0,3 ponto percentual no trimestre de outubro a dezembro de 2023, para 7,4%. Em síntese, esse é o menor nível para o período desde o último trimestre de 2014, ou seja, em nove anos.
Já na base anual, o número de pessoas desocupadas caiu 0,5 ponto percentual, refletindo a recuperação do mercado de trabalho do país no acumulado entre janeiro e dezembro do ano passado. O recuo corresponde a 490 mil pessoas a menos nessa condição no país.
A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 3,9% em um ano, para R$ 3.032. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 96 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.936 um ano atrás.
Número de pessoas ocupadas cresce em 5 setores
O levantamento também revelou que cinco dos dez grupamentos pesquisados fecharam o trimestre com saldo positivo, na comparação com o anterior. Veja abaixo quais grupos criaram vagas entre outubro e dezembro, na comparação com o trimestre anterior:
- Indústria Geral (2,5%, ou mais 322 mil pessoas);
- Outros serviços (5,8%, ou mais 302 mil pessoas);
- Transporte, armazenagem e correio (4,3%, ou mais 237 mil pessoas);
- Serviços domésticos (3,9%, ou mais 228 mil pessoas);
- Construção (2,7%, ou mais 198 mil pessoas).
Por outro lado, o grupamento de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura registrou uma redução de 4,8% no número de ocupados, o que corresponde a um decréscimo de 403 mil pessoas.
De acordo com o IBGE, os grupamentos restantes não tiveram variações significativas em relação ao trimestre anterior. A propósito, os grupamentos são:
- Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais;
- Alojamento e alimentação;
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas;
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.
Quatro setores criam vagas em um ano
O resultado trimestral indicou crescimento no número de ocupados em metade dos grupamentos pesquisados, e o resultado na base anual ficou bem semelhante a esses números. Em suma, o número de vagas criadas no Brasil cresceu em quatro dos dez grupamentos pesquisados, em relação ao último trimestre de 2022.
Veja abaixo os números de empregos criados no país, em relação ao mesmo período do ano passado:
- Informação, comunicação e afins (645 mil);
- Administração pública (455 mil);
- Transportes, armazenagem e correio (359 mil);
- Serviços domésticos (206 mil).
Por outro lado, um grupamento fechou vagas na base anual: de agricultura, pecuária e afins (menos 502 mil pessoas). Já os cinco grupamentos restantes não tiveram variações significativas em um ano, ou seja, mantiveram-se estáveis.