O Brasil registrou 37,6 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no trimestre móvel encerrado em outubro deste ano. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
O número cresceu 1,7% em relação ao trimestre móvel anterior, o que representa um acréscimo de 620 mil pessoas. Já na comparação com o trimestre de agosto a outubro de 2022, houve um crescimento de 2,7% (acréscimo de 992 mil pessoas). A propósito, esse é o maior contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2014, ou seja, em mais de nove anos.
Em resumo, o aumento do percentual de trabalhadores com carteira assinada na base trimestral é um dado bastante positivo, pois mostra um crescimento na criação de vagas, algo que não aconteceu nos primeiros meses de 2023, quando a taxa se manteve estável nessa base comparativa.
Cabe salientar que a pandemia da covid-19 derrubou os números do mercado de trabalho em 2020. Os dois anos seguintes ficaram marcados pela recuperação dos dados, que ficaram mais expressivos em 2022. Por isso que o crescimento anual do número de trabalhadores formais ficou mais expressivo, pois refletiu o fortalecimento do mercado de trabalho do país em relação a 2022.
Empregados sem carteira assinada
A saber, o número de empregados sem carteira de trabalho ficou estável tanto na comparação trimestral quanto na anual. Entre agosto e outubro de 2023, havia 13,3 milhões de pessoas com uma ocupação informal no Brasil, segundo os dados do levantamento.
Em síntese, esse nível é muito elevado e fica bem próximo dos 13,4 milhões observados no trimestre móvel de agosto a outubro de 2022, maior número já registrado na série histórica, que teve início em 2012.
“Isso mostra que tanto empregados como trabalhadores por conta própria contribuíram para a expansão da ocupação no trimestre“, avaliou a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.
Todos esses dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quinta-feira (30).
Trabalhadores por conta própria e domésticos
Além disso, o IBGE informou que havia 25,6 milhões de trabalhadores por conta própria no país entre agosto e outubro deste ano. Esse valor cresceu 1,3% em relação ao trimestre móvel anterior (acréscimo de 317 mil pessoas), mas ficou estável na base anual.
O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,8 milhões no período. Nesse caso, a taxa ficou estável na comparação mensal, e isso também aconteceu na anual.
Nesta quinta-feira (310), o IBGE divulgou os dados mais recentes da PNAD Contínua, revelando que a taxa de desocupação no Brasil caiu 0,3 ponto percentual no trimestre de agosto a outubro deste ano, para 7,6%. Em síntese, esse é o menor nível desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015, quando a taxa de desocupação ficou em 7,5%, ou seja, em quase nove anos.
Já na base anual, o número de pessoas desocupadas caiu 0,7 ponto percentual, refletindo a recuperação do mercado de trabalho do país nos últimos 12 meses. O recuo corresponde a 763 mil pessoas a menos nessa condição no país.
A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 3,9% em um ano, para R$ 2.999. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 113 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.886 um ano atrás.
Número de pessoas ocupadas cresce em um único setor
O levantamento também revelou que apenas um dos dez grupamentos pesquisados fechou o trimestre móvel com saldo positivo, na comparação com o anterior, o grupamento de atividade dos transportes, armazenagem e correio (3,2%, ou mais 172 mil pessoas).
De acordo com o IBGE, os nove grupamentos restantes não tiveram variações significativas em relação ao trimestre anterior. A propósito, os grupamentos são:
- Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais;
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura;
- Alojamento e alimentação;
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas;
- Construção;
- Indústria geral;
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas;
- Outros serviços;
- Serviços domésticos.
Quatro setores criam vagas em um ano
O resultado trimestral indicou estabilidade em quase todos os grupamentos pesquisados, mas, na base anual, os resultados ficaram mais diversificados. Em suma, o número de vagas criadas no Brasil cresceu em quatro dos dez grupamentos pesquisados, na comparação com o trimestre anterior.
Veja abaixo os números de empregos criados no país, em relação ao mesmo período do ano passado:
- Administração pública (439 mil);
- Informação, comunicação e afins (508 mil);
- Alojamento e alimentação (365 mil);
- Transportes, armazenagem e correio (283 mil).
Por outro lado, um grupamento fechou vagas na base anual: de agricultura, pecuária e afins (menos 351 mil pessoas). Já os cinco grupamentos restantes não tiveram variações significativas em um ano, ou seja, mantiveram-se estáveis.