BC e a evolução de NUCI, estoques e insumos na indústria de transformação
O Relatório de Inflação oficial do Banco Central, descreve a evolução dos indicadores de nível de utilização da capacidade instalada (Nuci), estoques e escassez de matéria?prima obtidos pela Sondagem da Indústria da Fundação Getulio Vargas (FGV), considerando as aberturas por categorias de uso e divisões da indústria de transformação. NUCI significa Nível de Utilização da Capacidade Instalada. Sendo assim, é um importante indicador.
De acordo com o documento do BC, o Nuci da indústria de transformação sofreu forte retração de abril a julho de 2020. Sendo assim, essa diminuição do Nuci foi disseminada entre categorias de uso e setores industriais, mas foi particularmente relevante para a indústria de bens de consumo duráveis, como veículos automotores. Posteriormente, o Nuci subiu e atualmente se situa em patamar ligeiramente acima de seus níveis históricos recentes, aponta o relatório.
Elevações nas indústrias de máquinas e equipamentos
Entre as categorias de uso, essa recuperação foi mais acentuada nos segmentos de bens de capital e de material de construção, com destaque para as elevações nas indústrias de máquinas e equipamentos e de minerais não metálicos.
De acordo com o BC, em situação oposta, no segmento de bens de consumo duráveis, que tem sido mais fortemente afetado pela falta de insumos, o Nuci se encontra abaixo do nível vigente antes da epidemia da Covid?19.
A escassez de matéria-prima começou a afetar a indústria a partir do último trimestre de 2020 e se agravou nos primeiros seis meses deste ano, arrefecendo apenas ligeiramente no início do segundo semestre, informa o relatório do BC.
Escassez de matéria?prima
Sendo assim, para contextualização, o valor mais alto da variável que representa a escassez de matéria?prima como um fator limitativo para a indústria de transformação antes de 2020 havia sido 9,9%. Desde então foram observados valores maiores que esse para cinco dos sete trimestres ocorridos.
Todas as categorias relatam que continuam bastante afetadas pela oferta insuficiente de matérias?primas, mas os segmentos de bens de consumo duráveis e, em menor intensidade, de bens de capital se destacam, aponta o documento do BC.
Entre as divisões mais impactadas estão as indústrias de informática e eletrônicos, de veículos automotores, de máquinas e equipamentos e de produtos de metal.
Baixo nível de estoques de bens intermediários e bens de consumo duráveis
Sendo assim, esse retrato é consistente como noticiário e impressões coletadas de representantes desses setores econômicos, que têm indicado falta de insumos como aço, plásticos, embalagens e principalmente componentes eletrônicos.
A escassez de insumos e o descompasso entre demanda e oferta têm impedido a recomposição de estoques de produtos finais na indústria, que atingiram níveis bastante deprimidos no início de 2021, aponta o BC.
Assim sendo, destacam-se pelo baixo nível de estoques de bens intermediários e bens de consumo duráveis, este último fortemente influenciado pela indústria automobilística.
O BC ainda ressalta que o desajuste nas cadeias de insumos industriais tem se revelado mais persistente do que o esperado e impressões de setores afetados indicam que o processo de normalização pode se estender até 2022, prevê o Relatório de Inflação mais recente do Banco Central do Brasil.