De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgados hoje (19) pelo IBGE, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 8,1% no trimestre terminado em novembro. Sendo assim, esse valor representa um recuo de 0,9 ponto percentual, com relação aos três meses anteriores, quando a taxa chegou a 8,9%.
Dessa forma, com a queda para 8,7 milhões, o número de pessoas em situação de desemprego passa a ser o menor desde o trimestre encerrado em junho de 2015. No total, são 953 mil pessoas a menos procurando emprego no Brasil. Isso representa um recuo de 9,8 % na taxa de desempregados.
Ainda de acordo com a pesquisa feita pelo IBGE, a taxa de desemprego no Brasil vem caindo de forma significativa nos últimos seis trimestres móveis consecutivos. A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, comentou sobre o assunto.
Para ela, a retração do desemprego no trimestre terminado em novembro se deve ao aumento de 0,7% na ocupação do mesmo período. Sendo assim, foram mais de 680 mil pessoas que se inseriram no mercado de trabalho.
“Embora o aumento da população ocupada venha ocorrendo em um ritmo menor do que o verificado nos trimestres anteriores, ele é significativo e contribui para a queda na desocupação”, afirmou Beringuy.
Carteira assinada e o desemprego
A categoria de empregados com carteira assinada aumentou seu contingente em 2,3%. Isso significa que 817 mil brasileiros conseguiram emprego nesta categoria, o que contribuiu para o aumento da ocupação, e consequentemente, para a diminuição do desemprego.
Segundo Adriana Beringuy, desde o segundo semestre de 2021 os trabalhadores com carteira assinada vem aumentando. “É um registro importante, uma vez que não apenas indica o aumento do número de trabalhadores, mas também sinaliza a redução na informalidade da população ocupada”, afirmou.
Além disso, a pesquisa realizada pelo IBGE também mostrou um aumento do contingente de trabalhadores com carteira assinada para 2022. No ano, essa categoria cresceu 7,5%, o que representa cerca de 2,6 milhões de pessoas.
Trabalhadores informais
Devido ao aumento dos trabalhadores com carteira assinada, as pessoas em situação de trabalho informal diminuíram. Foi uma redução de 0,8 pontos percentuais, e a taxa de trabalhadores informais chegou a 38,9%, a menor desde o trimestre terminado em novembro de 2020.
Sendo assim, são 38,8 milhões de brasileiros em situação de informalidade. Segundo a coordenadora da pesquisa: “Nesse período, houve uma expansão do emprego com carteira de trabalho e também uma retração do trabalhador por conta própria, que responde por parte significativa do trabalho informal. A queda nesse número acabou influenciando a taxa de informalidade”
“A partir desse momento, houve essa expansão da população ocupada, primeiramente dos trabalhadores informais e, depois, do emprego com carteira assinada nos mais diversos grupamentos de atividades, como comércio e indústria”, completou.
Dessa forma, observa-se que o aumento dos trabalhadores com carteira assinada contribuiu para a diminuição dos trabalhadores informais, assim como a diminuição do desemprego no país.