O novo preço da gasolina animou os motoristas do Brasil. De acordo com o levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor médio da gasolina recuou 0,54% no país, caindo de R$ 5,51 para R$ 5,48.
Em resumo, essa é a terceira semana consecutiva de queda nos preços da gasolina. No período, o combustível ficou apenas nove centavos mais barato no país. Embora essas quedas tenham sido leves, conseguiram eliminar parte da forte alta de 6,10% registrada no início de março.
Aliás, o litro da gasolina ficou 32 centavos mais caro na primeira semana de março devido à retomada da cobrança do PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol. Contudo, após a disparada dos preços, os valores vêm recuando gradativamente, mas ainda se mantêm em nível elevado no país.
A propósito, a ANP coleta os preços em mais de cinco mil postos de combustíveis do país e divulga uma média nacional para os seus valores, bem como preços regionais e estaduais.
Nesta atualização, o valor da gasolina caiu em todas as regiões brasileiras: Norte (-1,03%), Sudeste (-0,74%), Centro-Oeste (-0,73%), Nordeste (-0,54%) e Sul (-0,54%). Com isso, os preços médios da gasolina chegaram aos seguintes patamares:
- Norte: R$ 5,75
- Nordeste: R$ 5,57
- Sul: R$ 5,52
- Centro-Oeste: R$ 5,43
- Sudeste: R$ 5,34
Vale destacar que o preço médio de produção e importação, sem tributos, foi bem menor em todas as regiões. Os valores variaram entre R$ 3,34, no Nordeste, e R$ 4,00, no Norte.
Em outras palavras, os consumidores pagam bem mais caro para abastecerem seus veículos no país. Isso acontece porque existem outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis nas bombas, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra.
Gasolina mais cara do país supera R$ 6,00
Na semana, o preço da gasolina caiu em 20 das 27 unidades federativas (UFs), com destaque para Amazonas (-4,42%), Amapá (-3,19%), Piauí (-3,13%) e Maranhão (-2,24%). Os demais recuos foram mais tímidos.
Por outro lado, a gasolina ficou mais cara em apenas cinco estados: Ceará (+2,44%), Acre (+1,87%) Mato Grosso (+0,92%) e Pará (+0,56%). Em outras três UFs o combustível se manteve estável: Paraíba, Rondônia e Roraima.
Apesar da queda disseminada, vários estados tiveram preços acima da média nacional, com alguns deles comercializando o combustível a mais de R$ 6,00. Veja abaixo os estados com os maiores preços médios da gasolina no país:
- Amazonas: R$ 6,27
- Acre: R$ 6,00
- Roraima: R$ 6,08
- Rondônia: R$ 6,00
- Ceará: R$ 5,87
- Rio Grande do Norte: R$ 5,87
Em contrapartida, os locais com os menores valores do país foram:
- Mato Grosso do Sul: R$ 5,14
- Amapá: R$ 5,16
- Maranhão: R$ 5,23
- Minas Gerais: R$ 5,26
- Paraíba: R$ 5,31
- São Paulo: R$ 5,31
Vale destacar que, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina deveria ficar 25 centavos mais caro nos postos do país com a retomada da cobrança dos impostos federais.
No entanto, o valor médio do combustível subiu 40 centavos desde a retomada da cobrança do PIS/Cofins, no início de março. Isso mostra que há margem para novas quedas no preço da gasolina no país nas próximas semanas.
Isso não quer dizer que o recuo acontecerá de fato, até porque o repasse das variações para os consumidores finais tende a ser mais lento e menos completo quando se trata de queda dos preços. Quando ocorre o contrário e os preços sobem, a alta geralmente é maior que o esperado, como aconteceu com a gasolina.
Gasolina encarece outros produtos
As variações nos preços da gasolina podem até ser acompanhadas apenas pelos motoristas do país. Entretanto, vale destacar que o encarecimento dos combustíveis não afeta apenas os brasileiros que possuem veículo, mas impacta diversos setores econômicos do país.
Em síntese, as pessoas que utilizam transporte público podem ter que pagar mais caro pelo serviço. Como os veículos utilizam combustíveis para se locomoverem, as empresas do setor tendem a aumentar as tarifas para cobrir os gastos extras com a gasolina, que está mais cara no país.
Na agricultura, acontece a mesma coisa. A maioria dos veículos agrícolas também utiliza combustíveis fósseis, como a gasolina, para operar. Dessa forma, o aumento do preço dos combustíveis pode elevar os custos de produção dos agricultores, resultando na alta dos preços dos alimentos, que afeta toda a população.
Além disso, muitas empresas da indústria dependem de transporte rodoviário para movimentar seus produtos. Assim, o encarecimento dos combustíveis também poderá aumentar os custos com transporte, impulsionando os valores finais dos produtos, pagos pelos consumidores do país.
Por falar nisso, a logística também será impactada pela gasolina mais cara. Em suma, o aumento do preço dos combustíveis pode elevar o custo de transporte de mercadorias, encarecendo o preço de diversos produtos para os brasileiros.