A gasolina ficou mais cara no país. A saber, a Petrobras elevou em 7,46% o preço do litro do combustível, que passou a custar R$ 3,31, o que representa um aumento de 23 centavos em relação ao valor anterior (R$ 3,08).
A Petrobras esclareceu que a sua parcela no preço repassado ao consumidor chegou a R$ 2,42 com esse aumento. Aliás, o percentual se refere ao combustível que tem mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos.
Em síntese, a Petrobras segue os preços praticados no mercado externo, promovendo reajustes nos combustíveis quando há defasagem no país. Essa política de preços é adotada desde 2016, e se baseia no valor internacional do barril de petróleo e nas oscilações do dólar.
A propósito, o barril de petróleo Brent, que é referência mundial, iniciou 2023 custando US$ 82,82, mas fechou o pregão desta quarta-feira cotado a US$ 86,12. Isso representa uma alta de 4% no ano.
Por outro lado, o dólar encerrou a sessão de ontem cotado a R$ 5,08 e está acumulando uma queda de 3,77% em 2023.
Ao considerar ambos os resultados, a Petrobras define os reajustes para os combustíveis. Desta vez, apenas a gasolina foi reajustada. No entanto, vale destacar que há outro fator que também interfere nos preços: a defasagem de Paridade de Preço Internacional (PPI) da companhia.
De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o PPI estava defasado em R$ 0,50 na gasolina e no diesel até a última segunda-feira (23). E o reajuste da Petrobras corresponderá a 23 centavos de alta, ou seja, o preço deverá continuar defasado.
Entenda a política de preços da Petrobras
Em resumo, a Petrobras precisa buscar a paridade internacional dos preços para viabilizar a importação de combustíveis. Isso porque o Brasil tem outros importadores, e, quando a companhia pratica preços abaixo do mercado, torna inviável a importação de combustíveis.
A saber, a Petrobras vende combustíveis para distribuidoras e refinarias do país. Quando há defasagem nos preços, isso quer dizer que a companhia está com valores menores que os praticados no mercado.
Assim, os compradores deixam de querer comprar de outros importadores, já que vendem o combustível mais caro, e escolhem apenas a Petrobras. E esses importadores reduzem as compras da gasolina, pois deixam de ser vantajosas.
Esse cenário poderia ser até positivo para as distribuidoras e a Petrobras, que concentra as vendas. No entanto, acontece exatamente o contrário.
Em suma, as importações da gasolina são muito importantes, visto que parte do combustível consumido no país vem do exterior. Quando há redução dessas importações, a oferta do combustível se enfraquece, e corre o risco de não atender completamente a demanda. Por isso que a Petrobras também reajusta o preço dos combustíveis se baseando no PPI.
Gasolina vai ficar mais cara para o consumidor?
O reajuste promovido pela Petrobras se refere apenas às distribuidoras do país. No entanto, esse aumento também deverá chegar brevemente aos motoristas do país, uma vez que as distribuidoras vendem para os postos de combustíveis.
Embora a alta já seja esperada, os motoristas poderão ser surpreendidos com um aumento ainda maior. Isso porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra.
Na verdade, como as distribuidoras se viram obrigadas a pagar mais caro pela gasolina vendida pela Petrobras, elas repassaram esse aumento aos postos de combustíveis. E, mais uma vez, o consumidor é quem mais sofre, tendo que pagar por esse aumento.
Vale destacar que a gasolina ficou mais barata pela segunda semana consecutiva no país. De acordo com um levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o recuo de 1,19% fez o preço médio do litro do combustível cair de R$ 5,04 para R$ 4,98.
Contudo, a gasolina não deverá registrar um terceiro recuo nesta semana. A expectativa é que o levantamento da ANP, que pesquisa preços em mais de cinco mil postos do país, já reflita o aumento promovido pela Petrobras. Isso quer dizer que os motoristas do país devem estar dispostos a pagar um pouco mais caro para abastecer seus veículos.
Por fim, é importante lembrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prorrogou a isenção dos impostos sobre a gasolina. Entretanto, isso seguirá em vigor apenas até o dia 28 de fevereiro. Em outras palavras, os motoristas têm pouco mais de um mês para aproveitar preços um pouco menores da gasolina no país.