Os motoristas do país devem preparar o bolso na próxima vez que forem abastecer seus veículos. Isso porque os preços dos combustíveis voltarão a subir no país nos próximos dias, pesando um pouco mais na renda de diversas famílias.
A saber, a Petrobras promoveu um novo aumento na gasolina nesta semana. Em síntese, o preço médio de venda do combustível para as distribuidoras passou de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro, um aumento de R$ 0,23 por litro, alta de 7,46% em relação ao valor antigo.
Vale destacar que a última vez que a Petrobras havia reajustado o preço da gasolina foi em 6 de dezembro de 2022, quando o combustível ficou 6,1% mais barato para as distribuidoras. Aliás, o valor pago pelos consumidores é bem maior que o das distribuidoras, pois há variáveis que impactam os preços, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com mão de obra.
Em nota, a Petrobras informou que o aumento “acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”.
Preços dos combustíveis caem na semana
De acordo com o levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina ficou 0,20% mais barata nesta semana. Esse recuo foi bem menor que os registrados nas duas últimas semanas, de 1,56% e 1,19%, respectivamente.
Em resumo, o preço do litro da gasolina caiu de R$ 4,98 para R$ 4,97, ou seja, permaneceu praticamente estável. No entanto, o valor deverá voltar a subir na próxima semana, refletindo o reajuste da Petrobras. Ainda mais porque os repasses de aumento sempre chegam com bastante rapidez para os consumidores.
Da mesma forma, o óleo diesel também fechou esta semana em queda, assim como a gasolina. Em síntese, o combustível mais usado do país ficou 0,78% mais barato nos postos, com o valor do litro caindo de R$ 6,43 para R$ 6,38, em média.
Vale destacar que a gasolina sempre apresentou um preço médio superior ao do diesel no país. Contudo, na semana de 19 a 25 de junho de 2022, ambos os combustíveis bateram o seu recorde. Aliás, a data também ficou marcada por ter sido a primeira vez que o diesel custou mais que a gasolina.
A título de comparação, o preço médio do diesel chegou a R$ 7,68 em junho do ano passado, após disparar 9,6% nos postos. Já a gasolina teve um reajuste bem menor na semana, de 2,2%, e seu preço médio subiu para R$ 7,39, valor inferior ao do diesel.
Isso aconteceu devido aos reajustes promovidos pela Petrobras para ambos os combustíveis, de 14,25% para o diesel e 5,18% para a gasolina. No entanto, na semana seguinte, o governo limitou a cobrança de impostos sobre os combustíveis e os preços despencaram no país.
O terceiro combustível analisado pela ANP, o etanol hidratado, ficou 1,82% mais barato na semana passada. Com isso, o preço caiu de R$ 3,85 para R$ 3,78.
Vale destacar que a ANP analisa os preços em mais de cinco mil postos de combustíveis do país. Em suma, o levantamento teve início em 2004 e, de lá para cá, vem revelando as variações nos valores dos combustíveis em todo o país.
Investigação sobre preços abusivos
Embora os preços dos combustíveis tenham caído nas últimas três semanas, não foi isso o que aconteceu na primeira semana de 2023. Pelo contrário, os motoristas foram surpreendidos com um aumento firme nos valores da gasolina, do diesel e do etanol, mesmo sem haver um motivo aparente.
A saber, o início do governo Lula trouxe incertezas para os motoristas do país, que temiam pelo aumento dos preços dos combustíveis. Entretanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu prorrogar a isenção dos impostos sobre os combustíveis. Também vale destacar que a Petrobras não elevou os valores de qualquer combustível no período.
Por isso, a expectativa é que os preços dos combustíveis tivessem variações mais modestas na primeira semana de janeiro, mas isso não aconteceu. Em resumo, a gasolina teve alta de 3,2%, enquanto o diesel ficou 2,56% mais caro e o etanol fechou a primeira semana com alta de 3,6%.
Diante desses avanços, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Macedo, determinou no dia 4 de janeiro a abertura de inquérito para investigar o aumento nos preços dos combustíveis em postos do país.
Como não havia um motivo coerente para a disparada dos preços, o Cade viu a necessidade de saber o motivo que fez os donos dos postos de combustíveis elevarem os valores nas bombas.
No inquérito, Alexandre Macedo sugeriu que a conduta praticada pelos postos poderia se enquadrar como “infração concorrencial da classe colusiva, ou seja, assemelhada a cartel e, portanto, possuindo os mesmos efeitos danosos à concorrência.”