Os preços dos combustíveis vão subir novamente no país. A saber, a gasolina terá um novo aumento, conforme informações da Petrobras. Segundo a estatal, o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro nesta semana, um aumento de R$ 0,23 por litro. O valor é 7,47% maior do que o atual.
A última vez que o preço da gasolina tinha sido reajustado foi em 6 de dezembro, quando sofreu uma redução de 6,1%.
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,42 a cada litro vendido na bomba. O valor final repassado ao consumidor oscila conforme os postos.
De acordo com a Petrobras, em nota, o aumento “acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”.
Preços na última semana tiveram uma queda
De acordo com o levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina ficou 1,19% mais barata na semana passada. Esse recuo foi um pouco menor que o registrado na semana anterior (-1,56%), mas qualquer redução já é comemorada pelos motoristas.
Aliás, as duas semanas de queda revertem a disparada nos preços observada na primeira semana de 2023. À época, o valor dos três principais combustíveis do país disparou nos postos.
Em suma, os avanços ocorreram, principalmente, devido às especulações sobre a alta dos combustíveis. Isso porque o ex-presidente Jair Bolsonaro havia promovido uma isenção dos impostos sobre os combustíveis até o final de 2022. E a expectativa era que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não prorrogasse essa isenção.
Aliás, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou no final do ano passado que o governo Lula deveria liberar a volta da cobrança dos impostos, visto que a sua isenção custaria milhões de reais aos cofres públicos.
No entanto, no dia 1º de janeiro, houve um informativo oficial sobre a prorrogação da isenção destes impostos sobre os combustíveis. Com isso, a população não deveria se preocupar com a elevação dos preços nos postos, visto que a situação se manteve a mesma, mas a mera especulação da volta dos impostos fez os preços dos combustíveis dispararem.
Preços dos combustíveis caíram no início de janeiro
Após essa primeira semana de altas, os preços médios dos combustíveis voltaram a cair no país no início de janeiro. Na semana passada, houve mais um recuo, e a gasolina, que estava custando R$ 5,04, passou a custar R$ 4,98, em média, no país. Assim, o combustível voltou a ser comercializado abaixo de R$ 5, após duas semanas.
Embora esse tenha sido o valor médio nacional, a ANP chegou a encontrar a gasolina comercializada a R$ 6,99, superando em 40,4% a média nacional.
Da mesma forma, o óleo diesel também fechou a terceira semana de 2023 em queda. Em síntese, o combustível mais usado do país ficou 0,62% mais barato, com o valor do litro caindo de R$ 6,47 para R$ 6,43.
No caso do diesel, o valor mais alto encontrado pela ANP nos postos de combustíveis foi de R$ 7,99, valor 24,3% maior que a média nacional.
Vale destacar que a gasolina sempre apresentou um preço médio superior ao do diesel no país. No entanto, na semana de 19 a 25 de junho de 2022, ambos os combustíveis bateram o seu recorde, e o diesel passou à frente da gasolina, posição que mantém até hoje em dia.
A título de comparação, o diesel custou, em média, R$ 7,68 em junho do ano passado, enquanto a gasolina teve um preço médio de R$ 7,39. De lá pra cá, com a isenção dos impostos, o valor dos combustíveis caiu expressivamente no país. Contudo, o tombo sofrido pela gasolina (-32,6%) foi o dobro do registrado pelo diesel (-16,3%).
Já o terceiro combustível analisado pela ANP, o etanol hidratado, ficou 2,28% mais barato na semana passada. A saber, o preço caiu de R$ 3,94 para R$ 3,85, mas a agência chegou a encontrar locais comercializando o biocombustível a R$ 6,57, valor 70,6% superior à média nacional.
Vale destacar que a ANP analisa os preços em mais de cinco mil postos de combustíveis do país. O levantamento teve início em 2004 e vem revelando as variações nos valores dos combustíveis.
Investigação sobre preços abusivos
A queda no preço dos combustíveis na semana passada foi bastante positiva para os motoristas do país. E essa era a expectativa, já que o governo Lula manteve a isenção dos impostos sobre os combustíveis. Além disso, a Petrobras não elevou os valores de qualquer combustível nos últimos meses.
Diante de tudo isso, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Macedo, determinou no dia 4 de janeiro a abertura de inquérito para investigar o aumento nos preços dos combustíveis em postos do país.
Como não havia um motivo lógico para a disparada dos preços na primeira semana de 2023, o Cade viu a necessidade de saber o motivo que fez os donos dos postos de combustíveis elevarem os preços nas bombas.
No inquérito, Alexandre Macedo sugere que a conduta praticada pelos postos poderia se enquadrar como “infração concorrencial da classe colusiva, ou seja, assemelhada a cartel e, portanto, possuindo os mesmos efeitos danosos à concorrência.”