No Brasil, o PIX foi oficialmente lançado em 16 de novembro de 2020 pelo Banco Central (BC). Nesse período de quase 1 ano, a ferramenta já facilitou a vida de muita gente, porém também acumulou inúmeros tipos de golpes, e um dos mais novos têm como alvo principal as micro e pequenas empresas.
O golpe funciona da seguinte maneira: os criminosos abrem contas PJ em diversos bancos com nomes parecidos com o de empresas reais, mas propositalmente erram uma letra ou número. Posteriormente eles mentem sobre transferências via PIX para fisgar empresários desatentos.
Para fazer o contato com a vítima, eles se passam por fornecedores de uma grande empresa, e então informam que houve uma mudança nos processos de pagamento via Pix e pedem uma nova transferência para confirmação.
Segundo o Jaison Reis, diretor de Soluções de Identidade e Prevenção a Fraudes da Serasa Experian, o aumento das tentativas de fraude durante esse ano pode ser um reflexo da aceleração e expansão da digitalização promovida pela pandemia do coronavírus, já que com o distanciamento social imposto, o acesso à serviços onlines aumentaram significativamente.
Crescimento de usuários do PIX
No primeiro mês depois do lançamento do PIX, em novembro, foi realizada uma pesquisa entre todos os bancos que aderiram à ferramenta, e se obteve que as transações realizadas por PIX somaram 59,2 milhões na época.
No entanto, de acordo com a Febraban, em março deste ano o número aumentou consideravelmente. Nesse contexto, foram 338,2 milhões de transações realizadas, o que equivale a um crescimento de 471%. Esse tremendo crescimento de usuários e transações estão atrelados ao aumento de golpes aplicados utilizando a ferramenta.
Levando em conta o mesmo período, transferências bancárias tradicionais caíram de 229,4 milhões para 218,5 milhões. Deste modo, os dados apresentados, demonstram uma significativa superação do PIX, em relação ao TED ou DOC.
O estudo mostra ainda que, no começo das operações, em novembro, o número de usuários cadastrados que recebiam 30 ou mais transações via PIX por mês era por volta de 6.000. Já em março deste ano este número subiu para 519 mil usuários.
O golpe do falso fornecedor
A AllowMe, empresa especializada em proteção digital, ressalta que os criminosos estão se reinventando cada vez mais quando se trata de golpes com PIX. O esquema de engenharia social que tem como alvo MPEs e MEIs é conhecido no mercado como “golpe do falso fornecedor”.
O golpe só funciona a partir da engenharia social, ou seja, é preciso que haja uma falha humana no pagamento a prestadores de serviço. Por isso, o golpe tem mais chances de sucesso quando praticados sobre empresas que não têm um procedimento de pagamento rigoroso. Vale lembrar que a confirmação do PIX apresenta o nome do destinatário, CNPJ e banco.
Mas afinal o PIX é ou não confiável? Tomando os devidos cuidados como por exemplo, apenas realizar o cadastro da chave PIX para os canais oficiais da sua instituição bancária, em nenhuma situação informar sua senha para outras pessoas, nunca instalar arquivos e programas em anexo enviados através de links, o PIX acaba se tornando bem confiável.