Novo golpe do investimento de R$ 25 enganou mais de 50 mil pessoas

Operação da Polícia Civil contra pastores aconteceu na manhã desta quarta-feira (20). Mais de 50 mil pessoas foram enganadas

Mais de 50 mil pessoas de todas as regiões do país foram vítimas de um grande golpe financeiro praticado por pastores. Ao menos é o diz a Polícia Civil do Distrito Federal. Os agentes deflagraram uma operação na capital federal com o objetivo de combater o grupo. A ação aconteceu na manhã desta quarta-feira (20).

Segundo as informações oficiais, a ação recebeu o nome de Operação Falso Profeta. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e mais 16 mandados de busca e apreensão. Segundo os agentes, o grupo ajudava a enganar não apenas brasileiros, mas também centenas de pessoas de fora do país.

Além do Distrito Federal, também estão sendo cumpridos mandados nos estados de Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. A operação desta manhã está sendo coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/DECOR).

O golpe

Ao todo, 11 pastores foram alvos da operação de alguma forma. De acordo com agentes da polícia local, estes homens teriam usado o nome do ex-ministro da economia, Paulo Guedes, para tentar enganar as pessoas. Não há nenhuma indicação de que o ex-ministro tenha qualquer tipo de participação no esquema.

Segundo a polícia, estes pastores estavam induzindo os fiéis que frequentavam as suas igrejas a acreditarem que seriam pessoas “abençoadas a receberem grandes quantias”. Eles falavam de uma teoria conspiratória conhecida como “Nesara Gesara”, e prometiam que seria possível investir pouco e ganhar muito dinheiro por este esquema.

Os pastores estariam oferecendo aos seus fiéis a venda de títulos que, segundo eles, seriam lastreados em ouro e apresentados por eles como Letras do Tesouro Mundial.

Em uma das promessas encontradas pela polícia, um pastor chegou a dizer que o fiel deveria investir R$ 25, para poder receber de volta R$ 1 octilhão, ou seja, um 1 seguido de 27 zeros: R$ 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000. Os pastores diziam ainda que este tipo de transação já tinha sido liberada pelo então ministro da economia, Paulo Guedes.

O tamanho do problema

De acordo com a Polícia Civil, o grupo em questão teria movimentado nada menos do que R$ 156 milhões nos últimos cinco anos. Neste meio tempo, eles também teriam criado 40 empresas fantasmas e movimentado mais de 800 contas bancárias suspeitas.

Novo golpe do investimento de R$ 25 enganou mais de 50 mil pessoas
Polícia cumpre dois mandados de prisão preventiva. Imagem: PCDF

Os pastores investigados

Um dos principais alvos desta investigação é o pastor Osório Lopes Júnior. Ao menos até a publicação deste artigo, ele não tinha sido encontrado pelos agentes. Assim, no momento ele já é considerado um foragido da polícia. O outro pastor que está sendo procurado não teve o nome divulgado, mas também não foi preso até aqui.

Para além destes pastores que estão sendo presos, há também outras pessoas supostamente envolvidas no esquema. Segundo apurações da emissora CNN Brasil, entre os investigados existem dois ex-candidatos a prefeito e dois ex-candidatos a deputado federal. Os nomes dos políticos, no entanto, não foram revelados.

A polícia indica que a estrutura montada pelos pastores era muito organizada, e várias pessoas eram separadas em diferentes papéis para o cometimento de diversos crimes como falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, e estelionatos por meio de redes sociais.

Como se prevenir de golpes

Golpes como estes estão se tornando cada vez mais comuns. E se engana quem pensa que eles afetam só um público específico. Independente de religião ou de classe social, milhares de brasileiros são enganados em golpes financeiros de caráter virtual ou não.

Não existe uma maneira única de se livrar de golpes. De todo modo, uma dica mais geral é não confiar em propostas muito boas. Não existem investimentos em que o cidadão deposita R$ 25 e recebe R$ 1 octilhão de volta.

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