O Governo Federal ainda não bateu o martelo sobre o futuro dos seus programas sociais este ano. Mas o que não falta é pressão sobre o Palácio do Planalto neste sentido. Nas últimas semanas, vem crescendo um movimento de pessoas que não estão recebendo nem o Auxilio Emergencial e nem o Bolsa Família agora.
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Boa parte desses usuários afirma que não estão dentro de nenhum programa social há muito tempo. Por isso, elas afirmam que agora poderia ser a hora ideal para que o Governo construa um projeto para elas. Muitos estão indo até as páginas oficiais do Presidente Jair Bolsonaro para fazer esse pedido.
“Presidente, bloquearam meu Bolsa Família e não me aceitaram no Auxílio Emergencial. Por favor, crie um projeto para as pessoas que realmente estão precisando desse dinheiro”, disse uma cidadã no perfil oficial do chefe do executivo no Twitter. Ela não recebeu qualquer tipo de resposta.
Recentemente, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Governo estava produzindo um projeto para esse público. Ele até chegou a chamar essas pessoas de “invisíveis”. Ele usou esse termo para indicar que esses cidadãos não estariam aparecendo no radar do Palácio do Planalto para o pagamento dos programas sociais.
Só que esse assunto acabou esfriando. Membros do Palácio do Planalto não falaram mais publicamente sobre esse suposto projeto para os “invisíveis”. Enquanto isso, imagina-se que milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade seguem sem conseguir entrar nem no Bolsa Família e nem no Auxílio Emergencial.
Conta de João Roma
Em entrevista recente, aliás, o Ministro da Cidadania, João Roma, disse que caso o Brasil não prorrogue o Auxílio Emergencial, então algo em torno de 25 milhões de pessoas poderão ficar sem projetos sociais a partir de novembro.
Só que esse número deve ser bem maior. Explica-se: é que na equação do Ministro da Cidadania, ele só está levando em consideração as pessoas que recebem hoje em dia o Auxílio Emergencial e o Bolsa Família.
Só que, como dito, existe uma massa da população que não está recebendo nenhum dos dois benefícios. São indivíduos que também precisam de ajuda. Então, em tese, se conclui que o fim do Auxílio Emergencial vai deixar muito mais do que 25 milhões de pessoas sem projetos.
Paulo Guedes e o Auxílio
Em entrevista, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou, portanto, a tese de que o Brasil não vai pagar nenhuma prorrogação do Auxílio Emergencial. A declaração acabou repercutindo muito no país.
Para Paulo Guedes, aliás, o ideal neste momento é seguir com o plano de reformular o Bolsa Família a partir de novembro. Para isso, ele disse que é preciso aprovar uma série de textos que estão em tramitação no Congresso Nacional.
Em especial, ele costuma citar dois. Um é a PEC dos Precatórios que está na Câmara dos Deputados e deverá passar por uma primeira votação no próximo dia 19 de outubro. O outro é a Reforma do Imposto de Renda, que já está no Senado. Por lá, o relator Ângelo Coronel (PSD-BA) disse que pode dar um parecer no final deste mês de outubro.