O Auxílio Brasil e o vale-gás nacional são programas do Governo Federal que utilizam um sistema de seleção automática. O Planalto se baseia nos dados do Cadúnico para poder selecionar as pessoas que fazem parte dos dois projetos. O formato não poderá ser repetido no voucher de R$ 1 mil para os caminhoneiros, e razões não faltam.
Segundo informações oficiais, o Governo Federal não possui uma espécie de cadastro nacional de caminhoneiros autônomos. Assim, não é possível se basear em uma base já existente, porque ela não existe. Alguns membros do Planalto chegaram a ventilar que poderiam se basear também no Cadúnico para realizar a nova seleção.
No entanto, a opção pode ser falha. Qualquer caminhoneiro que se encaixa nas regras, pode se inscrever no Cadúnico. Todavia, estima-se que a grande maioria deles não tenha um perfil na lista. Assim, o Governo Federal não conseguiria encontrar os trabalhadores que precisam do voucher através deste método.
Uma opção seria pedir para que os próprios caminhoneiros entrassem no Cadúnico. No entanto, o sistema de entrada costuma levar alguns meses a depender da região. O plano do Governo Federal é aprovar o projeto do voucher já na próxima semana e começar os pagamentos do benefício no próximo mês de julho, ou seja, uma inscrição pelo Cadúncio não seria indicada.
Sobrou ao Governo a ideia de fazer parcerias com cooperativas de caminhoneiros. Membros do Planalto apontam que eles poderiam ter um banco de dados mínimos sobre estes trabalhadores. A partir daí, o Ministério poderia realizar a seleção. Em último caso, há ainda a possibilidade de se abrir um site oficial para que cada trabalhador envie a sua inscrição por conta própria.
Cartão não é opção
A forma de pagamento do benefício também está em discussão neste momento. A possibilidade de criação de um cartão está, por enquanto, fora de cogitação. Ao menos é o que diz uma coluna do jornal Folha de São Paulo nesta segunda-feira (27).
A produção de um novo dispositivo poderia tomar ainda mais tempo e, principalmente, mais dinheiro neste momento. Além disso, o Governo já estaria gastando mais com os cartões do Auxílio Brasil, que podem ser entregues na próxima semana.
A opção que resta aos caminhoneiros é o uso do sistema do Pix. O Governo vem considerando que o processo seria mais prático. Nesse sentido, cada trabalhador precisaria ter uma chave para enviar ao Planalto. Os depósitos poderiam acontecer instantaneamente.
Alterações nos auxílios
Vale lembrar que o Governo Federal pretende realizar uma série de mudanças em seus auxílios sociais. Além da criação de um voucher de R$ 1 mil para os caminhoneiros, há a ideia de se elevar os valores de outros programas sociais.
Um deles é o Auxílio Brasil. De acordo com as informações oficiais, o projeto paga um hoje um patamar mínimo de R$ 400 por família. A partir do segundo semestre, os usuários poderiam ganhar um adicional de mais R$ 200, o que elevaria o valor total para R$ 600.
O outro é o vale-gás nacional. Atualmente, o Ministério da Cidadania aponta que pouco mais de 5,6 milhões de brasileiros recebam o dinheiro do benefício. Em junho, o valor é de R$ 53. Para o próximo semestre, o patamar pode crescer para R$ 120.