Os trabalhadores do Brasil receberam uma grande notícia nesta semana. De acordo com o levantamento mensal realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), nove em cada dez reajustes salariais superaram a inflação no país em julho.
Isso quer dizer que a maioria absoluta dos trabalhadores com carteira assinada tiveram aumento no seu poder de compra no sétimo mês de 2023. Esse dado é muito positivo para todos os brasileiros que desejam ver seu rendimento mensal crescer.
A saber, o Dieese faz uma relação entre os reajustes salariais e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em resumo, o indicador mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país.
Cabe salientar que o INPC é utilizado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em outras palavras, o governo federal se baseia na variação registrada pelo indicador para definir os reajustes no país.
Por isso que o INPC, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um indicador tão importante para os trabalhadores do Brasil.
Maioria dos reajustes supera o INPC
Em 2023, o Brasil está conseguindo superar as dificuldades e segue fortalecendo a sua atividade econômica. As projeções indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá crescer 2,29% neste ano, taxa menor que a registrada em 2022 (2,9%).
No entanto, vale destacar que as estimativas no final do ano passado estavam em 0,70%. Em suma, a melhora da economia brasileira nos primeiros meses de 2023 aumentaram o otimismo dos analistas do mercado financeiro. Aliás, o desempenho do PIB brasileiro ainda pode surpreender em 2023.
Em meio a esse cenário, os reajustes salariais também estão animando os trabalhadores. As taxas registradas nos meses de 2023 indicam ganho real do poder de compra dos trabalhadores, o que também aconteceu em maio.
Segundo o levantamento, os resultados observados no sétimo mês deste ano foram os seguintes:
- 89,1% dos reajustes superaram a inflação;
- 10,3% dos reajustes tiveram variação igual ao do INPC;
- 0,6% dos reajustes ficaram abaixo da inflação.
Em síntese, a comparação é feita com a variação acumulada pelo INPC nos últimos 12 meses, até julho. No período, o indicador oscilou 3,53% em comparação aos 12 meses imediatamente anteriores, e a maioria dos reajustes salariais teve uma alta mais forte que essa variação, resultando em ganho real para o trabalhador.
Quando ocorre o contrário, com os acordos e convenções ficando abaixo da inflação, o trabalhador tem a sua renda reduzida. Isso porque o reajuste salarial não consegue acompanhar o aumento dos preços de produtos e serviços no país.
Já nos casos de reajustes equivalentes ao INPC, os trabalhadores seguem com o mesmo poder de compra. Em síntese, os empregados continuam podendo comprar os itens que tinham condições de adquirir no ano anterior, pelo menos na teoria.
Entretanto, não há possibilidade de aumento do consumo, uma vez que a renda subiu apenas o suficiente para mantê-lo no mesmo patamar do ano anterior.
Reajustes acumulados em 2023
Nos sete primeiros meses de 2023, 76,5% dos reajustes salariais superaram o INPC. Isso quer dizer que três em cada quatro negociações resultaram em ganho real para o trabalhador, que viu a sua renda crescer nos primeiros meses do governo Lula.
Por sua vez, os reajustes que ficaram iguais ao INPC totalizaram 18,0% no período, não representando crescimento nem redução da renda dos trabalhadores. Portanto, apenas 5,5% das negociações trabalhistas ficaram abaixo do INPC em 2023. O resultado é ótimo para os profissionais e indica o bom momento do mercado de trabalho brasileiro.
Veja os reajustes nos principais setores econômicos
Entre os segmentos pesquisados, a indústria teve o maior número de reajustes acima da inflação do país entre janeiro e julho de 2023, chegando a 82,6% do total dos reajustes. Já as negociações abaixo do INPC totalizaram apenas 4,8%, enquanto 12,7% ficaram iguais à inflação medida pelo índice.
Com dados bastante semelhantes, os serviços registraram 79,3% dos reajustes acima da inflação no período. Por outro lado, o volume das negociações ficaram abaixo do INPC no período somaram 6,3%, enquanto os 14,4% restantes tiveram uma variação igual a da inflação.
Embora os dados da indústria e dos serviços tenham sido muito positivos, o comércio não conseguiu registrar resultados tão positivos assim para os trabalhadores do país. Entretanto, os dados do setor ainda foram positivos para os empregados.
Em suma, 53,5% dos reajustes ficaram acima da inflação, o que quer dizer que mais da metade dos trabalhadores do setor de serviços viram o seu poder de compra crescer no quarto mês deste ano.
Por outro lado, 4,8% das negociações ficaram abaixo do INPC e não representaram ganho real para o trabalhador dos serviços. Esse percentual foi o menor entre os segmentos pesquisados, juntamente ao da indústria e bem próximo dos serviços.
Enfim, os 41,7% dos acordos e convenções restantes ficaram iguais ao INPC e também não resultaram em ganho real para os empregados do setor. Contudo, diferentemente dos reajustes abaixo da inflação, estes acordos não reduziram o poder de compra dos trabalhadores.