Nova mudança no Auxílio Brasil que Bolsonaro criou choca e surpreende brasileiros
Caixa Econômica Federal afirma que não vai mais oferecer o consignado para usuários do programa Bolsa Família
A Caixa Econômica Federal anunciou que não vai mais oferecer a opção de crédito consignado para usuários do programa Auxílio Brasil, criado na gestão Bolsonaro, e que agora voltará a ser chamado de Bolsa Família. Mesmo depois das mudanças aplicadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, o banco optou por sair desta modalidade.
A decisão da Caixa acabou surpreendendo vários usuários, já que o anúncio foi feito apenas alguns dias depois de o Governo Federal anunciar que manteria a oferta do crédito. De todo modo, a decisão de se manter ou não neste sistema cabe sempre ao banco. Cada instituição financeira decide se vai continuar dentro do processo ou não.
Embora a Caixa já tenha batido o martelo e anunciado que não vai mais operar esta linha, outros 10 bancos estão oficialmente homologados para operar este sistema. Cada um deles também poderá decidir, com base nas novas regras estabelecidas pelo Governo Federal, se deve seguir no esquema ou não.
Os bancos que foram homologados para oferecer a linha foram:
- Caixa Econômica Federal (desistiu da linha);
- Banco Agibank S/A;
- Banco Crefisa S/A;
- Banco Pan S/A;
- Banco Safra S/A;
- Capital Consig Sociedade de Crédito Direto S/A;
- Facta Financeira S/A Crédito, Financiamento e Investimento;
- Pintos S/A Créditos;
- QI Sociedade de Crédito Direto S/A;
- Valor Sociedade de Crédito Direto S/A;
- Zema Crédito, Financiamento e Investimento S/A.
O cidadão que faz parte do Bolsa Família e deseja solicitar um crédito consignado, precisa entrar em contato com alguns destes bancos não apenas para saber se eles ainda oferecerão o crédito, mas também para entender quais são as regras internas que eles estão impondo para a liberação da quantia.
As mudanças do consignado
Em regra geral, o Governo Federal pode estabelecer uma série de medidas e regras para o consignado do Bolsa Família. A partir delas, os bancos analisam as informações e decidem se aquele determinado sistema é vantajoso ou não para eles.
Na última semana, o Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome publicou uma portaria sobre o tema. No documento, eles apontaram para três alterações mais claras. São elas:
- Taxa máxima de juros cai de 3,5% para 2,5% ao mês;
- Tempo para pagamento da dívida cai de dois anos para seis meses;
- Margem consignável cai de 40% para 5%.
Bancos
Mesmo antes das mudanças propostas pelo novo governo, o consignado do Bolsa Família já apresentava dificuldades frente aos bancos. Boa parte das principais instituições financeiras do país decidiram não aderir ao modelo proposto.
Banco do Brasil, Itaú, Santander e Bradesco são apenas alguns exemplos de instituições financeiras que sequer entraram no sistema. Em geral, estas instituições alegaram que não seria produtivo cobrar um empréstimo para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social.
Vale lembrar que o público deste consignado é formado por cidadãos que recebem uma renda per capita de até R$ 210. São cidadãos que estão em condição de pobreza ou mesmo de extrema-pobreza.
Entre as grandes instituições, apenas a Caixa Econômica Federal decidiu aderir ao esquema. Dados do Banco Central (BC) apontam que a cada R$ 5 emprestados no consignado, R$ 4 foram pagos pela Caixa, que chegou a distribuir quase R$ 8 bilhões no decorrer do ano passado.