Chegou oficialmente ao fim o programa do Governo Federal para barateamento de automóveis populares no Brasil. A informação foi confirmada no final da última semana pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Ele também classificou o projeto como um sucesso, mas garantiu que não há mais previsão de continuidade dos descontos.
“Tivemos um programa focado, limitado no tempo durante um período, tendo em vista a gravidade da situação. Em um tempo, todo mundo comprava financiado. Hoje, 70% da venda de carro é à vista. Quem não tem dinheiro para comprar à vista, acaba não comprando. Estamos otimistas de que a taxa Selic vai cair e isso vai se resolver”, disse o vice-presidente por meio de uma entrevista coletiva.
Os números
Dados oficiais apontam que na comparação com o mês de maio, o número de automóveis vendidos no Brasil cresceu 14,2%, alcançando a marca das 190 mil unidades. Destas, estima-se que mais de 95 mil foram vendas de veículos com os descontos ofertados pela Medida Provisória (MP) do Governo Federal.
Na comparação com junho do ano passado, o salto foi ainda maior e atingiu um aumento de 14,7%. Ainda tomando como base as informações do Governo Federal, é possível afirmar que alguns modelos específicos tiveram aumento de 236% nas vendas.
Fim do programa de automóveis
Desde a publicação da Medida Provisória (MP) do barateamento do carro popular, o Ministério da Fazenda deixou claro que o projeto só poderia durar por um tempo limitado. Inicialmente, ficou definido que os descontos seriam ofertados até, no máximo, quatro meses, ou até que os R$ 500 milhões destinados para as montadoras fosse completamente utilizado.
Depois que este montante chegou ao fim, o Governo Federal decidiu aplicar mais uma rodada do saldo. Mais R$ 300 milhões foram injetados. Contudo, o fato é que até mesmo este valor adicional foi completamente usado e o programa de abatimento de automóveis não deve mais seguir sendo ofertado.
Quais são os novos valores dos carros?
Com o fim do programa de carros populares do Governo Federal, as concessionárias já começam a vender os automóveis com os preços antigos. Alguns modelos que chegaram a ter uma redução de R$ 72 mil para R$ 62 mil, já voltaram a ser oferecidos a R$ 72 mil, o que indica que as pessoas que perderam o período da MP terão mais dificuldade pra comprar um veículo agora.
Fiat e Renault, por exemplo, já tiraram qualquer citação ao programa do Governo Federal dos seus sites oficiais. De todo modo, agentes das montadoras afirmam que o cidadão que ainda deseja descontos, podem aparecer nas concessionárias para tentar algum tipo de abatimento depois de uma negociação, algo que já era comum antes mesmo da MP do Governo Federal.
Projeto segue para caminhões e ônibus
Nem todo mundo se lembra, mas a MP do barateamento dos carros populares não aplicava abatimentos apenas nos veículos leves. Também há previsão de barateamento nos preços de ônibus e de caminhões. Contudo, nestes casos específicos, o dinheiro destinado acabou travando e não há uma grande procura.
A MP que versa sobre o barateamento dos ônibus e caminhões é complexa e o impacto para os motoristas pode não ser dos melhores em muitos casos. Em primeiro lugar, vale lembrar que o Governo só está concedendo os descontos para alguns modelos específicos de veículos, que são capazes de poluir menos. Os valores não são baratos.
Além disso, a MP exige que o cidadão descarte o caminhão antigo. Existe todo um sistema de descarte, para que o motorista prove que realmente fez uma troca de um caminhão velho para um caminhão novo.
No meio de toda esta burocracia, muitos trabalhadores acabam desistindo. Apenas uma pequena parcela do dinheiro destinado para estes veículos foi utilizado até aqui.
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