Norte e Nordeste devem ser regiões mais prejudicadas com fim do auxílio emergencial
As economias das regiões Norte e Nordeste devem ser as mais prejudicadas com o fim do auxílio emergencial. O programa do governo foi criado para ajudar trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais (MEIs) e desempregados durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Sem o programa, que pagou a última parcela em dezembro, as duas regiões brasileiras devem sentir uma grande queda na renda e crescimento abaixo da média do Brasil em 2021.
De acordo com estudo feita pela consultoria Tendências, o rendimento de moradores do Norte aumentou 13,1% em 2020. No Nordeste, o rendimento dos habitantes cresceu 8,3%. Este ano, os dados apontam o contrário. A pesquisa concluiu que haverá queda de 8,5% na renda do Norte e de 8% no Nordeste.
Como parâmetro de comparação, o Brasil teve crescimento de 4,6% em 2020 e deve recuar 3,7% este ano. “As regiões Norte e Nordeste foram as que tiveram o maior número de domicílios beneficiados pelo Auxílio Emergencial, porque são os locais com maior informalidade. Então, o fim do auxílio afeta bastante a região Norte e, especialmente, o Nordeste”, afirmou Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências.
De acordo com a Caixa Econômica Federal, as transferências do governo para pagamento foram de R$ 292,9 bilhões e um total de 67,9 milhões de brasileiros foram beneficiados, ou seja, quase um terço da população do Brasil.
O impacto do auxílio emergencial pode ser medido pela taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) das regiões brasileiras. Em 2020, a consultoria projetou que a atividade da economia do Norte recuou -1,9%. Já o PIB do Nordeste recuou -3,8%. Já a média da atividade econômica do Brasil teve recuo de -4,4%.
Este ano, o Nordeste deve crescer 2,1% e o Norte, 2,6%. Já a média do Brasil deve ser de crescimento de 2,9%.