Após três semanas de alta, os preços da gasolina voltaram a cair no Brasil, fazendo os motoristas respirarem um pouco mais aliviados. A queda foi de apenas um centavo, mas conseguiu animar os consumidores, já que o resultado interrompeu uma sequência de alta dos valores.
Com o acréscimo desse recuo, o preço médio da gasolina caiu de R$ 5,88 para R$ 5,87. Vale ressaltar que, apesar da queda, os valores seguem muito elevados no país, pressionando o orçamento dos brasileiros que precisam abastecer o tanque de combustível de seus veículos.
Os dados fazem parte do levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e divulgado semanalmente. A propósito, a entidade coleta preços de milhares de combustíveis desde 2004.
No dia 16 de agosto, a Petrobras elevou em 16,3% o valor da gasolina comercializada para as distribuidoras do país. Esse foi o primeiro aumento no valor da gasolina em quase sete meses, visto que a última vez que a companhia havia elevado o valor do combustível foi no dia 25 de janeiro deste ano.
De lá para cara, a Petrobras promoveu outros quatro reajustes, mas todos foram reduziram o valor da gasolina, para alegria dos consumidores. Inclusive, mesmo com o forte avanço em agosto, a gasolina vendida para as distribuidoras do país continua mais barata do que em 2022. No final do ano passado, o litro do combustível estava custando R$ 3,08.
De todo modo, o reajuste da Petrobras fez o litro do combustível subir de R$ 2,52 para R$ 2,93, uma alta de 41 centavos. Esse valor é bem menor que o preço médio encontrado nas bombas do país (R$ 5,87) e reflete o quanto os motoristas precisam gastar para abastecer seus veículos com o combustível.
O valor da gasolina vendida para as distribuidoras é bem menor que os preços encontrados nas bombas. Em síntese, isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra.
Além disso, vale destacar que a gasolina vendida nas bombas têm uma mistura obrigatória com etanol. Assim, o combustível possui as seguintes porcentagens: 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro. A Petrobras esclarece que a parcela da companhia no preço repassado ao consumidor é de R$ 2,14, em média, após a elevação promovida na semana passada.
Embora a Petrobras esteja vendendo a gasolina mais barata do que no final de 2022, o valor de revenda para os consumidores está bem mais elevado nas bombas devido aos impostos cobrados sobre os combustíveis.
Em resumo, a gasolina começou a ficar mais cara no Brasil em março, quando o Governo Federal voltou a cobrar parte das alíquotas dos impostos federais PIS/Pasep e Cofins que incidiam sobre gasolina, álcool, querosene de aviação e gás natural. O governo havia prorrogado a isenção desses impostos por dois meses, entre janeiro e fevereiro.
Em junho, os motoristas tiveram mais uma péssima notícia. O Ministério da Fazenda aprovou uma mudança em relação ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre os combustíveis, elevando o preço da gasolina.
Antes, os estados definiam as alíquotas de ICMS que iriam incidir sobre o litro da gasolina. No entanto, a partir de junho, houve a “unificação” da alíquota em todo o país, e o ICMS passou a ser de R$ 1,22 sobre o litro do combustível. Isso foi muito ruim para os brasileiros, pois a maioria dos estados aplicava alíquotas menores que R$ 1,22.
Já em julho, os preços da gasolina subiram novamente devido à reoneração dos combustíveis. A saber, o governo Lula (PT) retomou a cobrança integral de tributos federais PIS/Pasep e Cofins sobre a gasolina e o etanol no início deste mês, após prorrogar por mais quatro meses a desoneração parcial sobre esses combustíveis, até o final de junho.
A título de comparação, o preço médio nacional da gasolina era de R$ 4,96 na última semana de 2022. Portanto, o combustível está 18,3% mais caro neste ano, o que corresponde a 91 centavos, apesar de a Petrobras estar vendendo o combustível a preços um pouco menores que o do ano passado.
Na semana, o preço da gasolina caiu em três regiões brasileiras: Sul (seis centavos) Centro-Oeste (um centavo) e Sudeste (um centavo). Em contrapartida, o combustível um centavo mais caro no Norte, enquanto se manteve estável no Nordeste. Com isso, os valores médios variaram entre R$ 5,67, no Sudeste, e R$ 6,22, no Norte.
Além disso, a ANP revelou que o preço médio da gasolina caiu em 19 das 27 unidades federativas (UFs), com destaque para Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, onde o combustível ficou 12 e 11 centavos mais barato, respectivamente. As demais quedas variaram entre um e sete centavos.
Em contrapartida, os preços subiram em sete estados, destacando-se Amazonas (18 centavos) e Sergipe (16 centavos). No Rio de Janeiro, o valor médio se manteve estável em relação à semana anterior.
Confira abaixo os valores médios mais altos da gasolina na semana passada:
Por outro lado, os menores valores foram encontrados nos seguintes estados: