Os motoristas do país tiveram uma grande surpresa nesta semana. Isso porque a Petrobras anunciou uma redução de 12,8% no preço do litro do diesel A comercializado às distribuidoras do país.
Com isso, o litro do diesel passará a ser vendido por R$ 3,02 às distribuidoras. Anteriormente, o preço do combustível era de R$ 3,46, ou seja, houve uma redução de 44 centavos por litro no valor do diesel.
Essa é a nona redução consecutiva promovida pela Petrobras no preço do diesel ao longo dos últimos nove meses. Confira abaixo as datas em que a estatal reduziu o valor do combustível comercializado para as distribuidoras do país:
- 5 de agosto de 2022: preço do litro caiu de R$ 5,61 para R$ 5,41;
- 12 de agosto de 2022: preço do litro caiu de R$ 5,41 para R$ 5,19;
- 20 de setembro de 2022: preço do litro caiu de R$ 5,19 para R$ 4,89;
- 7 de dezembro de 2022: preço do litro caiu de R$ 4,89 para R$ 4,50;
- 8 de fevereiro de 2023: preço do litro caiu de R$ 4,50 para R$ 4,10;
- 1 de março de 2023: preço do litro caiu de R$ 4,10 para R$ 4,02;
- 23 de março de 2023: preço do litro caiu de R$ 4,02para R$ 3,84;
- 29 de abril de 2023: preço do litro caiu de R$ 3,84 para R$ 3,46;
- 17 de abril de 2023: preço do litro vai cair de R$ 3,46 para R$ 3,02.
Em resumo, a Petrobras reduziu em 44,2% o valor do diesel vendido para as distribuidoras entre agosto de 2022 e maio de 2023. Em valores absolutos, a queda foi de R$ 2,39, e isso ajuda bastante os consumidores do país, pois estas reduções costumam chegar a eles. O problema é que de forma bem mais amena.
Consumidores pagam mais caro
Os preços nos postos de combustíveis são bem mais altos que os das distribuidoras. Isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra. Por isso, a população deve pesquisar os preços mais econômicos para não pagar mais caro do que poderiam.
Em suma, a Petrobras esclarece que, “considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,69 a cada litro vendido na bomba”.
De acordo com um levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel havia chegado a R$ 7,32 na semana de 7 a 13 de agosto de 2022, logo após a primeira redução promovida pela Petrobras.
De lá para cá, o valor caiu de maneira significativa nas bombas. Em suma, o valor médio nacional estava em R$ 5,57 na semana passada, o que representa uma queda nominal de R$ 1,75 desde o início das reduções promovidas pela Petrobras, em agosto do ano passado.
A saber, o preço do diesel caiu 23,9% para os motoristas do país, taxa bem menor que a observada na relação entre Petrobras e distribuidoras (-44,2%). Em outras palavras, o consumidor continua pagando caro pelo diesel no país.
Petrobras muda política de preços
Em resumo, a Petrobras seguia o mercado externo para promover reajustes nos combustíveis, baseando-se em dois fatores: o dólar e o petróleo. Assim, as variações nos preços do barril de petróleo, bem como as oscilações do dólar influenciavam diretamente nos preços dos combustíveis no país.
Essa política foi implementada em 2016, durante o governo do ex-presidente Michel Temer. O Preço por Paridade de Importação (PPI) estabelecia que as variações nos preços do petróleo deveriam ser repassadas para os combustíveis comercializados pela Petrobras.
O problema é que a volatilidade nos valores do barril de petróleo deixava os consumidores expostos a mudanças mais significativas e recorrentes nos preços dos combustíveis. Aliás, as oscilações na cotação do dólar também resultavam nisso, e o governo federal queria proteger o consumidor dessa volatilidade.
Por isso, a Petrobras anunciou nesta terça-feira (16) o fim da PPI, resultando na primeira redução do diesel com a nova política. Segundo a estatal, o “custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação” e o “valor marginal para a Petrobras” serão levados em conta para os reajustes nos preços dos combustíveis.
“Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio“, explicou a Petrobras no comunicado.
Por fim, analistas alertam para a falta de previsibilidade que a nova política da companhia carrega. Em suma, a PPI permitia alguma previsibilidade de preços, mas o valor dos combustíveis ficava muito dependente às variações nos preços das commodities e do câmbio. Agora, isso não irá mais acontecer, para alívio dos motoristas.