Do ponto de vista do Banco Central (BC), uma moeda de um centavo possui naturalmente o menor valor monetário do país. Tanto é, que esse tipo de exemplar sequer mais está em circulação. Normalmente, as pessoas nem fazem questão de receber uma moeda de 1 centavo de troco, por exemplo.
O que pouca gente sabe, é que do ponto de vista da numismática, essas peças, outrora renegadas por boa parte da população, podem valer muito dinheiro no final das contas. Existem colecionadores dispostos a pagar grandes valores por elas.
Nesse artigo, por exemplo, vamos citar casos de algumas moedas de 1 centavo que podem ser consideradas raras caso sejam encontradas em determinadas condições. Veja abaixo:
- Moeda de 1 centavo do ano de 1998;
- Moeda de 1 centavo do ano de 1999;
- Moeda de 1 centavo do ano de 2001;
- Moeda de 1 centavo do ano de 2002;
- Moeda de 1 centavo do ano de 2003;
- Moeda de 1 centavo do ano de 2004.
Todas essas moedas fazem parte da segunda família do Plano Real. Como dito, elas não podem mais ser encontradas em um comércio. Mas nada impede que qualquer pessoa possa encontrar os exemplares em qualquer outro lugar.
Características das moedas
E para ajudar nesse processo de identificação das peças, listamos abaixo uma série características fundamentais para os exemplares de um centavo da Segunda família do Plano Real. Tais informações foram disponibilizadas pelo Banco Central (BC):
- Material: cobre sobre aço;
- Diâmetro: 17,0 mm;
- Peso: 2,43 g;
- Espessura: 1,65 mm;
- Bordo: liso;
- Eixo: reverso moeda (EH) ?;
- Circulação: de 01/07/1998 a atual;
- Desenho do Anverso: Efígie de Pedro Álvares Cabral – navegador português que, em 22 de abril de 1500, descobriu o Brasil -, ladeada por nau, simbolizando as navegações portuguesas;
- Desenho do Reverso: À esquerda, linhas diagonais de fundo dão destaque ao dístico correspondente ao valor facial, seguido dos dísticos centavo e o correspondente ao ano de cunhagem.
Pedro Álvares Cabral
Nas lista de características acima, é possível notar que esta moeda de 1 centavo conta com a representação do busto de Pedro Álvares Cabral, conhecido historicamente como o português que descobriu o Brasil. Ele representa na prática a chegada dos portugueses em solo nacional, que já era ocupado pelos índios.
Os detalhes históricos sobre a chegada de Cabral ao Brasil são escassos, mas se sabe que ele era um dos maiores navegadores e exploradores de sua época. Hoje, há uma estátua em sua homenagem na cidade de Belmonte, em Portugal, a sua terra natal.
Quanto valem as moedas?
Agora chegou a hora de falar sobre os valores. Como dito, existem colecionadores que estão dispostos a pagar valores altos para as moedas de 1 centavo. Mas para que isso aconteça é preciso que o exemplar que você tem em mãos conte com uma característica específica.
Essa característica é conhecida no meio da numismática como reverso invertido. A boa notícia, é que você não precisa ser um especialista na área para conseguir identificar esse erro.
Na imagem abaixo, você pode conferir os valores projetados para as moedas de 1 centavo citadas neste artigo:
O que é uma moeda reverso invertido?
Mas afinal de contas, o que seria uma moeda com reverso invertido? Para entender esta pergunta, é necessário sabe que o Brasil adota um sistema de padrão reverso moeda, ou seja, eixo horizontal (EH). As moedas que fogem deste padrão exigido são conhecidas como reverso invertido, e são consideradas muito raras.
Basicamente, as moedas com reverso invertido são aquelas que possuem o reverso com alinhamento contrário ou invertido ao alinhamento original. Na prática, para saber se uma moeda tem este defeito, basta segurar a peça com a face em posição normal virada para você. Logo depois, basta girar de baixo para cima.
Se o outro lado estiver de cabeça para baixo, estamos falando de uma moeda com reverso invertido, ou seja, uma peça valiosa. Vale frisar que qualquer item pode ser reverso invertido. Até mesmo centavos podem ter este tipo de defeito. Em todos os casos, a peça poderá valer mais.
“Mas definir valor comercial à essas moedas é algo relativamente complicado, principalmente porque, como foram produzidas como erros durante o processo de cunhagem, não há registros da quantidade de moedas emitidas”, diz o especialista Plínio Pierry.