O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o Governo Federal deve “cobrar” a Petrobras sobre uma redução nos preços dos combustíveis. A afirmação foi feita na última sexta-feira (17), em entrevista à GloboNews.
De acordo com o ministro, a queda do preço do petróleo no mercado internacional torna viável uma redução nos valores dos combustíveis no Brasil. Contudo, até agora, a Petrobras não se manifestou em relação a qualquer reajuste dos preços no país.
“O último aumento da Petrobras já vai fazer 30 dias. O brent [petróleo cru leve] naquele momento era em torno de 92 dólares [por barril], o preço do dólar era estável como está hoje. Agora, o brent reduziu muito, estamos em torno de 78 dólares“, explicou Silveira.
“Portanto, eu já esperava uma manifestação da Petrobras no sentido de reduzir preços. Em especial, do óleo diesel, que impacta diretamente a inflação porque é o grande condutor, o grande impulsionador da economia é o transporte“, acrescentou o ministro.
O ministro também afirmou que, segundo cálculos do governo, a Petrobras poderá reduzir o preços do diesel entre 32 e 42 centavos por litro. Caso os números se confirmem, a redução será ainda mais intensa que o último reajuste da Petrobras, realizado no dia 21 de outubro, quando o diesel ficou 25 centavos mais caro no Brasil.
Por sua vez, a gasolina poderá ficar entre 10 e 12 centavos mais barata no país. Nesse caso, uma eventual redução será a segunda consecutiva, sucedendo a queda de 12 centavos, também realizada no dia 21 de outubro, ou seja, os motoristas iriam aproveitar preços ainda menores dos combustíveis no país.
“Fiz essa manifestação à Casa Civil. É importante, respeitando a governança da Petrobras, respeitando a sua natureza jurídica. Mas já está na hora de puxarmos a orelha de novo da Petrobras, para que ela volte à mesa e possa colocar com clareza” disse o ministro de Minas e Energia.
A saber, os reajustes promovidos pela Petrobras se refere apenas às distribuidoras do país, para quem a companhia comercializa os combustíveis. Isso quer dizer que os postos de combustíveis e outros revendedores aplicam preços próprios, não aqueles praticados pela Petrobras.
Assim, os preços nos postos de combustíveis são bem mais altos que os das distribuidoras. Isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, encarecendo-os. Por isso, a população deve pesquisar os preços mais econômicos para não pagar mais caro do que poderiam.
A saber, o preço do diesel S-10 vendido nas bombas do país, que é o combustível mais utilizado do Brasil, é formado por:
Já em relação à gasolina, a Petrobras responde por menos de 40% do preço final do combustível vendido nas bombas do país. Confira abaixo quais são as variáveis que definem o valor do combustível nos postos:
Nesta semana, o preço do barril de petróleo Brent, que é referência mundial, caiu para o menor nível em quatro meses. Em suma, a demanda global por petróleo vem mostrando sinais de enfraquecimento, ou seja, os investidores temem que o mercado não se mantenha em patamar elevado.
A queda dos preços foi fortalecida, principalmente, com a divulgação de dados econômicos dos Estados Unidos e da Europa. Enquanto a produção industrial se mostrou mais fraca que o esperado nesta semana, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro também refletiu retração da economia.
Na sexta-feira (17), os preços se recuperaram da forte queda acumulada na semana, ao dispararam 4%, mas nem isso conseguiu eliminar toda a perda semanal. Portanto, os valores do barril de petróleo continua em nível bem menor que o observado quando a Petrobras promoveu o último reajuste nos preços dos combustíveis no Brasil.
Diante desse cenário, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, acredita que o governo federal deve cobrar da Petrobras um novo reajuste nos valores dos combustíveis, promovendo quedas que acompanhem a cotação internacional, já que a companhia utiliza esses indicadores para reajustar os valores praticados no país.