Depois de uma série de adiamentos, o programa Voa Brasil vai passar por mais uma nova mudança. Este é o programa que prevê a disponibilização de passagens aéreas por valores bem mais baixos do que os praticados no mercado nacional.
Na última semana, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou que o programa seria lançado nesta quarta-feira (17), em um evento que contaria com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas ao contrário do que foi dito, isso não vai mais acontecer.
De acordo com informações de bastidores, este evento está oficialmente cancelado. Tudo porque o presidente Lula deverá participar de uma viagem internacional para a Colômbia. Assim, o ministério decidiu adiar o lançamento do programa. A nova data, aliás, ainda não foi oficialmente definida.
Demora no lançamento
Esta não foi a primeira vez que o governo federal adiou o lançamento do Voa Brasil. Inicialmente, o plano era lançar o projeto no primeiro semestre do ano passado. Logo depois o prazo passou para o segundo semestre, e para os meses de janeiro e fevereiro deste ano de 2024. Até agora, nada foi lançado.
O Ministério reconhece a demora no processo de lançamento, e argumenta que precisou tomar um tempo maior para conseguir identificar todos os CPFs de pessoas que estão aptas a fazer parte do programa social.
Empresas como Gol, Latam e Azul já confirmaram que devem participar do programa do governo federal, e já adiantaram que deverão disponibilizar cerca de 5 milhões de passagens.
É importante frisar que o Voa Brasil é um programa idealizado pelo ex-ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. Depois de uma reforma ministerial, ele acabou sendo realocado para uma nova pasta. O novo ministro Silvio Costa Filho disse que vai continuar com o comando do programa.
Detalhes sobre o Voa Brasil
Recentemente, Silvio Costa Filho também disse que o governo federal pretende atender pouco mais de 22 milhões de pessoas de todas as regiões do país. Apenas alguns grupos terão o direito de conseguir as passagens por preços menores do que a média geral do mercado.
“A princípio, vamos atender 21 milhões de aposentados, que ganham até dois salários-mínimo, e 700 mil alunos do Prouni. Então, o programa visa atender cerca de 22 milhões de brasileiros. Ao todo, serão cinco milhões de passagens disponibilizadas pelas companhias aéreas para atender os brasileiros”, explicou.
Em resumo, poderão participar do programa os seguintes grupos sociais:
- pessoas que não voaram no período de um ano e se enquadram em condições pré-estabelecidas;
e que sejam:
- aposentados e pensionistas do sistema público (INSS), que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.824);
- estudantes inscritos no Programa Universidade para Todos (Prouni).
“Pés no chão”
Em entrevista recente, o ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa também falou sobre o programa. Embora ele tenha dito que acredita que o projeto é importante, ele estaria longe de resolver o problema do alto custo das passagens aéreas no país neste momento.
“Não tem a função, para não criar falsa expectativa, de resolver um problema do custo da passagem em geral no Brasil. O custo da passagem no Brasil é muito alto, comparado a qualquer país do mundo”, afirmou Rui no programa Bom Dia, ministro, da TV Brasil.
Em entrevista recente ao Roda Vida, Costa Filho disse que a sua gestão redesenhou o programa, e apresentou o projeto ao presidente Lula, que já teria aprovado o modelo em questão.
“Você sabe que tem um baiano nosso, Nizan Guanaes, que diz: ‘O importante não é só o que se diz, é o que as pessoas entendem’. E naquele momento, da forma que foi passada em setores da imprensa e setores da sociedade brasileira, por conta das redes sociais, o povo brasileiro achou que a passagem seria R$ 200. Seria insano a gente desenhar um programa dessa natureza”, afirmou o ministro.
Silvio Costa Filho, no entanto, preferiu não falar sobre quais seriam os preços dos bilhetes do programa Voa Brasil, logo depois desse citado redesenho.