Ministério da Justiça ordena que 123Milhas crie canal para atender clientes afetados

Ministério da Justiça ordena que 123Milhas crie canal para atender clientes afetados

No cenário atual, em que a indústria do turismo busca se reerguer após desafios econômicos e de mercado, a empresa 123Milhas se encontra no centro de um debate sobre a proteção dos direitos do consumidor.

Ministério da Justiça determina medidas para atender consumidores afetados pela suspensão de viagens da 123Milhas

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), tomou medidas para garantir que os consumidores afetados pela suspensão de viagens da empresa sejam devidamente atendidos e ressarcidos.

O ultimato da Senacon

No desenrolar dos acontecimentos, a Senacon, entidade vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, emitiu uma ordem exigindo que a 123Milhas estabeleça um canal de informações específico para os consumidores impactados pela suspensão das viagens.

Contudo, a empresa tem a responsabilidade de fornecer esclarecimentos e garantias adequadas aos clientes afetados por essa decisão. Adicionalmente, a Senacon determinou que a 123Milhas teria um prazo de dois dias, a contar da notificação oficial, para apresentar esclarecimentos detalhados sobre a suspensão das emissões de passagens e pacotes de viagens, que estavam previstas para o período entre setembro e dezembro deste ano.

Em suma, essa medida visa trazer mais transparência ao processo e assegurar que os consumidores não sejam prejudicados de forma indevida.

As razões por trás da suspensão

Na última sexta-feira, a 123Milhas anunciou a suspensão das emissões de passagens aéreas e pacotes de viagens por meio do seu programa 123 Promo. Entretanto, a empresa alegou que essa decisão foi tomada devido à persistência de fatores econômicos e de mercado adversos.

A alta demanda por voos manteve as tarifas elevadas mesmo durante a baixa temporada, e a taxa de juros em níveis altos também influenciou na situação. No entanto, a forma como a empresa lidou com o ressarcimento aos consumidores gerou controvérsias.

Porém, a opção disponibilizada pela 123Milhas era um voucher que poderia ser utilizado somente para adquirir outros produtos dentro da plataforma. Essa abordagem foi considerada ilegal por órgãos de defesa do consumidor.

A legalidade das ações

A Senacon enfatizou que a comercialização de passagens por meio da transferência de milhas precisa estar em conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Desse modo, a devolução aos consumidores não pode ser impositiva, tampouco exclusivamente na forma de vouchers. No entanto, a legislação estabelece que os consumidores têm o direito de receber o reembolso de maneira justa e adequada, sem sofrer prejuízos.

Wadih Damous, secretário Nacional do Consumidor, enfatizou que a 123Milhas deve oferecer opções de reembolso que não imponham prejuízos aos consumidores. A empresa pode disponibilizar vouchers como alternativa, mas essa opção não pode ser a única escolha oferecida.

Ministério da Justiça determina medidas para atender consumidores afetados pela suspensão de viagens da 123Milhas
Ministério da Justiça determina medidas para atender consumidores afetados pela suspensão de viagens da 123Milhas. Imagem: Canva

A busca por esclarecimentos

Em resumo, a notificação da Senacon para a 123Milhas inclui uma série de pontos que a empresa deve esclarecer. Dentre eles estão:

  • O método de ressarcimento para os consumidores afetados.
  • Os procedimentos relacionados ao estorno ou reembolso.
  • Os canais de atendimento para os consumidores da empresa.
  • Documentação que comprove todas as informações prestadas.

A Senacon também questiona a escolha da 123Milhas de disponibilizar apenas um endereço de e-mail como forma de contato. Desse modo, a entidade busca entender os motivos pelos quais a empresa não atendeu as demandas relacionadas ao adiamento, cancelamento e ressarcimento de serviços. Além disso, a capacidade da plataforma de vendas online em cumprir suas obrigações contratuais também é uma preocupação levantada.

O chamado à ação dos consumidores

O ministro Flávio Dino enfatiza que os consumidores afetados pela situação devem buscar assistência imediatamente. Desse modo, ele encoraja os consumidores a entrarem em contato com o Procon ou o Ministério Público, destacando que tanto as investigações estaduais quanto as ações da Senacon estão em consonância com o Código de Defesa do Consumidor. Além dessas opções, os consumidores também podem registrar suas reclamações através da plataforma consumidor.gov.br.

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