Meu filho fez compra ou PIX sem querer, posso receber o dinheiro de volta?

Na internet, não é difícil encontrar relatos de pais que tiveram muita dor de cabeça com filhos que fizeram compras com o cartão de crédito. Recentemente, uma história relatada no Twitter viralizou e fez muita gente se perguntar o que faria se estivesse vivendo uma situação como essa.

Muitas pessoas dizem que crianças costumam ter energia suficiente para virar uma casa de cabeça para baixo. Aliás, quando estão quietas, os pais já ficam preocupados, temendo que o filho esteja doente, até porque, como alguns dizem, trela é sinal de saúde. Mas o que fazer se isso afetar a saúde financeira da família?

Criança gasta R$ 28 mil no cartão de crédito

Em resumo, a mãe explicou na publicação que o filho de dez anos gastou R$ 28 mil em jogos através do cartão de crédito. Esse fato, por si só, já chama atenção, mas foi outra coisa que fez o relato viralizar nas redes sociais. A mãe nomeou o castigo da criança como Serasa Kids.

Acordamos que ele vai me devolver quando estiver trabalhando, e lembro isso a ele todos os dias“, disse a mãe. Ela revelou ter feito um acordo com o filho, afirmando que ele irá pagar a dívida.

Embora o relato tenha sido engraçado, ao menos em parte, muitos pais não teriam a mesma reação. Esse gasto de R$ 28 mil é mais do que muitas famílias recebem em um ano inteiro. Por isso, diversos usuários se perguntaram se era possível reverter os gastos. Descubra agora!

É possível cancelar a compra?

Nos comentários da publicação, muitos internautas citaram o cancelamento da compra como melhor opção para o ocorrido. Contudo, esse processo não costuma ser rápido nem simples. Pelo contrário, há muita burocracia, ainda mais se o processo foi feito através do uso de senha do cartão.

Em reportagem da Uol, o educador financeiro Thiago Martello afirmou que é preciso registrar a situação tanto na ouvidoria do banco quanto na do Banco Central (BC). Em suma, o responsável deve relatar tudo com muitos detalhes para aumentar as chances de estorno, mas vale ressaltar que o banco não tem responsabilidade sobre isso.

Nem todo mundo deve saber, mas as compras online e aquelas feitas por PIX podem ser canceladas. Isso mesmo, o consumidor tem direito ao arrependimento em até sete dias. Assim, caso o cliente não fique satisfeito com o produto comprado, poderá solicitar o cancelamento da transação, devolvendo o produto e pedindo a devolução do dinheiro.

Consumidor tem direito ao arrependimento da compra em até sete dias
Consumidor tem direito ao arrependimento da compra em até sete dias. (Imagem: Pixabay).

Posso cancelar transação por PIX?

Nos últimos anos, o PIX caiu nas graças da população. Em síntese, os brasileiros utilizam o sistema de pagamento instantâneo para realizar diversas atividades no dia a dia. Aliás, o sistema não precisa de autorização ou efetivação para realizar o pagamento, apenas da confirmação do usuário.

Diante disso, diversos usuários têm dúvidas sobre o cancelamento de transações via PIX. Isso só acontecerá em caso de PIX agendado, pois o pagamento ainda não terá sido efetivado, mas apenas agendado. Já em caso de pagamento realizado, a devolução só acontecerá se a outra parte o fizer.

Negocie a devolução do dinheiro

Como o PIX não permite a devolução do dinheiro, o BC recomenda aos usuários que negociem a devolução do dinheiro. A saber, a única forma de não enviar o dinheiro é não confirmando o pagamento. Contudo, após essa etapa, o dinheiro segue para o destino indicado.

Em outras palavras, quando há transações via PIX para contas erradas ou, como no caso relatado, quando crianças fazem essas transações sem o consentimento dos pais, a devolução só acontecerá se a parte que recebeu o valor assim o fizer.

Proteja os aplicativos financeiros

Os pais que não querem passar por uma situação como a relatada no Twitter podem adotar algumas medidas. Veja abaixo o que fazer:

  • Restringir o uso de cartões e PIX por crianças, definindo etapas para confirmação do pagamento;
  • Utilizar um único aparelho para acesso a aplicativos bancários, deixando-o longe das crianças;
  • Colocar aplicativos bancários e de compras em pastas seguras e protegidas;
  • Limitar valores das transações;
  • Contratar serviço de notificação de pagamento dos aplicativos financeiros.

Em resumo, estas são as principais ações a serem realizadas pelos pais que não querem se surpreender com gastos realizados pelos filhos. Quanto mais protegidos os aplicativos financeiros estiverem, menores são as chances de compras indesejadas.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.