O termo messianismo se refere a crença no retorno de um messias que irá salvar determinado povo.
A crença pode ser observada nos mais variados períodos da História, como entre os caldeus, na Antiguidade, e entre os brasileiros, no século XIX.
Dessa maneira, o assunto pode ser cobrado tanto por questões de história geral, como por questões de história do Brasil.
O messianismo é a crença no retorno ou na vinda de um salvador divino, ou seja, de um messias que levará, através do uso de poderes especiais e sobrenaturais, trazer a paz e a prosperidade para um povo ou grupo que é oprimido.
A crença existe desde a Antiguidade: o messianismo esteve presente entre os caldeus e persas, por exemplo. Igualmente, ele esteve presente com uma grande incidência na Idade Média e na Idade Moderna, principalmente através do Sebastianismo.
No Brasil, o messianismo pôde ser observado em dois episódios principais: com Antônio Conselheiro, no Arraial de Canudos, e com Padre Cícero, na Revolta de Juazeiro.
O messianismo esteve presente em diversos momentos, de diversas formas e também em diversa regiões do mundo. Porém, é válido destacar que em qualquer contexto a crença está relacionado à figura de uma pessoa que salvaria um povo ou uma nação. Essa pessoa (o messias) pode ou não se relacionar com a religião.
Igualmente, quando relacionada à religião, a crença pôde ser observada não somente no cristianismo, mas também no judaísmo. Na primeira religião, o messianismo é encontrado na figura de Jesus Cristo, que retornaria para a Terra para salvar os cristãos.
No judaísmo, por muito tempo acreditou-se na existência de um messias que viria libertar os judeus e conduzi-los à Terra Prometida.
Porém, como já foi afirmado, o messianismo não necessariamente precisa estar conectado com a religião: existem diversos episódios na história que retratam a crença de um determinado povo na vinda de uma figura história/não religiosa que voltaria para trazer prosperidade e dignidade para os seus subalternos.
O Sebastianismo é um exemplo desse tipo de crença. Além disso, é válido destacar que a crença na volta de D. Sebastião aparece com uma grande frequência em questões que perguntam sobre o messianismo.
Também conhecido como Mito Sebástico, o Sebastianismo foi um movimento que se iniciou em Portugal na segunda metade do século XVI, com a morte do rei D. Sebastião, no ano de 1578.
O rei desapareceu em uma batalha no norte da África, a Batalha de Alcácer-Quibir. Porém, como o seu corpo nunca foi encontrado, criou-se um mito em torno de sua figura. Além disso, depois do desaparecimento, Portugal passa a enfrentar um período de decadência. Assim, muitos portugueses acreditavam que o rei voltaria e salvaria Portugal da crise.
A crença no retorno do rei chegou até mesmo ao Brasil, se difundindo também entre aqueles que aqui habitavam.
No Brasil, o messianismo também conseguiu se difundir entre as classes mais pobres, principalmente durante o período conhecido como República Velha.
No Arraial de Canudos, por exemplo, as pessoas começaram a seguir os ensinamentos de Antônio Conselheiro, considerado um messias. Conselheiro organizaria uma comunidade autossuficiente, o que resultaria na famosa Guerra de Canudos.
Podemos citar também como consequência do messianismo no Brasil a Revolta de Juazeiro, que foi organizada em torna da figura do Padre Cícero, conhecido como Coronel de Batina.