Mesmo com auxílios, cerca de 19 milhões passam fome no Brasil
Mesmo com a criação de auxílios pelos mais diferentes governos, quase 20 milhões passam fome em todas as regiões do Brasil
Cerca de 19 milhões de brasileiros passam fome. Pelo menos é isso o que apontam os dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan). Os números são de 2020, quando o país começou a entrar na pandemia do novo coronavírus.
O resultado mostra que a Covid-19 acabou piorando essa condição. No entanto, os números eram graves mesmo antes de a pandemia chegar por aqui. Em 2018, por exemplo, os dados da mesma pesquisa mostravam que cerca de 10,3 milhões de brasileiros passavam fome naquela época.
Os números de 2020 se registram mesmo em uma época em que governos dos mais diferentes partidos e regiões estavam pagando auxílios. No caso do projeto federal, o benefício chegou no bolso de cerca de 70 milhões de pessoas. E na ocasião, os valores eram notadamente maiores do que agora.
Além disso, alguns estados estavam pagando as suas versões próprias do Auxílio. É certo que no ano passado, esse fenômeno foi bem menor do que é agora, mas cidades como São Paulo, por exemplo, também pagaram os seus benefícios. E muita gente acabou recebendo o dinheiro também por causa dessas iniciativas regionais.
No entanto, nem isso acabou fazendo com que milhões de pessoas deixassem de passar fome. Pela pesquisa não é possível entender se esses brasileiros que estavam nesta situação em 2020 receberam ou não o dinheiro do Auxílio. O que dá para entender mesmo é que a situação é muito difícil no Brasil neste momento.
Os invisíveis
Nós estamos falando aqui dos invisíveis. Esse foi o termo que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, usou para falar dos brasileiros que não estão recebendo nenhum tipo de auxílio mesmo precisando de fato receber o dinheiro.
São pessoas que por algum motivo não estão conseguindo entrar no radar do estado. E isso acontece com todas as esferas. Esses brasileiros não estão recebendo nem o Auxílio Emergencial, nem o Bolsa Família e nem os programas dos governos estaduais.
A ideia do Palácio do Planalto é inserir o máximo possível dessas pessoas em benefícios sociais no segundo semestre. O novo Bolsa Família, por exemplo, poderia acabar sendo uma saída. Isso porque a ideia do Planalto é justamente aumentar o tamanho desse projeto.
Além do Auxílio
No entanto, um fato é incontestável neste momento: não há lugar para todo mundo. Pelo menos é isso o que o Governo Federal entende agora. De acordo com informações de bastidores, cerca de 17 milhões de pessoas devem receber o novo Bolsa Família.
Isso representa portanto um crescimento dos 14 milhões que recebem hoje. No entanto, seria um acréscimo de mais 3 milhões de pessoas apenas. Vale lembrar que além desses invisíveis, há ainda outros públicos que querem entrar no programa também.
O Governo Federal está neste momento tentando aparar as arestas para entender de fato o que pode fazer no segundo semestre. O desafio é grande e precisa encontrar uma solução rápida. Isso porque eles só podem apresentar projetos como estes até o fim deste ano.