O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou que a nova fase do programa Mais Médicos dará prioridade para a contratação de médicos brasileiros. Contudo, o petista disse que, caso os nativos não preencham todas as vagas disponíveis, vai abrir a seleção para que cidadãos de outros países possam vir trabalhar no Brasil.
“Queremos que todos os médicos que se inscrevam sejam brasileiros, formados adequadamente. Se não tiver condições, a gente vai querer médicos brasileiros formados no estrangeiro, ou médicos estrangeiros que trabalham aqui. Se não tiver, vamos fazer chamamento para que médicos estrangeiros ocupem esta tarefa”, disse o presidente.
“O que importa para nós não é saber a nacionalidade do médico, é saber a nacionalidade do paciente”, afirmou Lula no lançamento do programa no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (20). O Mais Médicos gerou polêmica em um passado não tão distante por contratar médicos cubanos para trabalhar no Brasil.
O Governo Federal relançou o programa Mais Médicos nesta semana com a promessa de abrir 15 mil novas vagas para trabalho em regiões que normalmente sofrem com a falta de atendimento. Destas 15 mil vagas, ao menos 5 mil serão preenchidas por meio de um edital que será lançado ainda neste mês de março.
As outras 10 mil vagas serão contratadas em formato de contrapartida. O Governo Federal vai encontrar os médicos interessados nestes trabalhos, e vai enviar os profissionais em questão para os municípios. A partir deste movimento, as prefeituras arcam com os gastos de pagamentos para estes trabalhadores.
Em seu discurso de relançamento, Lula lembrou do caso dos médicos cubanos, e considerou que algumas pessoas teriam sido preconceituosas com aqueles profissionais apenas por causa da nacionalidade dos mesmos.
“Tentaram acabar com o Mais Médicos. Venderam toda uma imagem negativa de forma pejorativa e não tiveram sequer a vergonha de pedir desculpas aos médicos cubanos que foram embora deste país”, seguiu o presidente Lula no discurso.
“O Mais Médicos foi um sucesso extraordinário, pois tem três tipos que precisam desse tipo de política: as pessoas que vão ser atendidas, os médicos que vão trabalhar e os prefeitos e prefeitas das cidades pequenas e médias”, completou o presidente.
A partir deste ano de 2023, o Mais Médicos passa a se chamar oficialmente de Mais Médicos para o Brasil. Segundo o Governo Federal, o Ministério da Saúde deverá investir pouco mais de R$ 712 milhões com a iniciativa.
Mais detalhes sobre o novo edital que pretende contratar 15 mil profissionais para o projeto serão divulgados dentro de mais alguns dias.
Além dos médicos, o Governo também avalia a contratação de outros profissionais ligados ao âmbito da saúde como enfermeiros, técnicos de enfermagem, profissionais especializados em determinadas áreas e também dentistas.
Desde o primeiro lançamento do programa Mais Médicos, críticos do governo Dilma Rousseff (PT), rejeitavam a existência do projeto social. Em resumo, eles afirmam que a ideia serviria apenas para financiar o governo cubano.
Durante o seu mandato como presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL) também chegou a questionar a competência dos profissionais trazidos de Cuba para atuar no Brasil.