O próximo concurso AFT contará, ao todo, com 55% das vagas destinadas a política de cotas para diferentes públicos.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, confirmou a reserva de vagas, durante evento realizado nessa segunda-feira, 03 de julho.
“Neste concurso eu determinei que, além das cotas obrigatórias, criassem mais duas cotas. Então, tem a cota PcD (pessoas com deficiência), que a obrigatoriedade é de 5%. Determinei que a cota fosse de 6% para essas 900 vagas. E criei uma cota de 2% para pessoas trans e uma outra cota, que também não é obrigatória, para o nosso povo indígena e quilombola. E a cota do nosso povo negro, que a obrigatoriedade é de 20%, será de 45%”, informou.
A divulgação das cotas coincidiu com as comemorações ao mês do Orgulho LGBTQIA. O governo Lula fez o anúncio na última quinta-feira, 29. A expectativa, portanto, é que a reserva de vagas do próximo concurso para Auditores Fiscais de Trabalho (AFT) traga 2% das vagas para pessoas trans e outras 2% para indígenas.
Ao todo, o próximo concurso AFT ofertará 900 vagas, desse total, portanto, 18 serão destinadas a pessoas transgêneros. O mesmo quantitativo será destinado para candidatos indígenas.
As cotas para pessoas trans não é uma obrigatoriedade legal em concursos públicos, já que atualmente a legislação prevê a reserva de vagas apenas para pessoas negras e para pessoas com deficiência.
A decisão do governo Lula possui, nesse caso, um maior peso politico do que legal. Contudo, vale destacar que alguns órgãos já possuem um sistema de cotas próprio para trans, como é o caso da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, onde a reserva de vagas também é de 2%.
O certame também contará com um aumento percentual de vagas destinadas para candidatos negros e com deficiência, conforme explica a fala do ministro.
Concurso AFT já está autorizado
O concurso público para Auditores Fiscais do Trabalho foi autorizado no último dia 16 de junho, conforme anúncio realizado pela ministra Esther Dweck, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
Serão oferecidas 900 vagas para o cargo destinado a candidatos que possuam nível superior completo em qualquer área.
O salário oferecido é de R$ 21.487.
O edital deve ser publicado no prazo máximo de seis meses após a autorização concedida pelo governo, ou seja, ate dezembro deste ano.
Mais de 4 mil vagas estão autorizadas para 2023
Além do concurso AFT, a ministra Esther Dweck autorizou a criação de mais de 4 mil vagas distribuídas em 20 ministérios.
Ao todo, serão criadas 4.436 vagas para diferentes cargos e níveis de escolaridade.
As autorizações para os certames foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União do dia 16 de junho.
Após a publicação das autorizações, cada órgão terá seis meses para realizar todo o trâmite que envolve um concurso, desde a escolha da banca até a publicação do edital, ou seja, o período de inscrições deve ter inicio ainda neste ano de 2023.
Com a publicação do edital, as datas das provas, obrigatoriamente, devem ser agendadas para os dois meses subsequentes, ou seja, até fevereiro de 2024.
Confira a seguir como será a distribuição das vagas entre os ministérios:
- Ministério da Agricultura e Pecuária: 440 vagas;
- Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet): 80 vagas;
- Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra): 742 vagas;
- Ministério da Educação (MEC): 220 vagas;
- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): 50 vagas;
- Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes): 50 vagas;
- Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE): 100 vagas;
- Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio): 160 vagas;
- Ministério das Relações Exteriores (MRE): 100 vagas;
- Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI): 120 vagas;
- Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro): 100 vagas;
- Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT): 100 vagas;
- Agência Nacional de Mineração (ANM): 24 vagas;
- Ministério de Minas e Energia (MME): 30 vagas;
- Analista de infraestrutura: 300 vagas;
- Analista em Tecnologia da Informação: 300 vagas;
- Auditor-Fiscal do Trabalho: 900 vagas;
- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ): 50 vagas;
- Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam): 50 vagas;
- Ministério da Saúde (MS): 220 vagas;
- Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz): 300 vagas;
- Ministério de Minas e Energia (MME): 30 vagas.
A decisão da escolha dos órgãos que terão concursos neste ano levou em consideração, segundo o próprio governo, os seguintes parâmetros:
- Tempo desde o último edital de concurso público;
- Proporção entre o número de vagas e o número de cargos aprovados no órgão;
- Proporção de aposentadorias, nos próximos 5 anos, em relação ao total de vagas ocupadas;
- Perdas identificadas com base na ocupação máxima;
- Análise da estrutura do órgão, se houve mudança relevante, ou ampliação de atribuições;
- Nível de impacto imediato dos serviços para a população;
- Importância do órgão para as políticas prioritárias do governo, com a visão de futuro;
Além desses novos concursos, outros já haviam sido anunciados e autorizados desde o inicio da gestão do presidente Lula. São eles:
- IBGE – 8.141 vagas;
- Ministério da Ciência e Tecnologia – 814 vagas;
- Ministério do Meio Ambiente – 98 vagas;
- Ministério das Relações Exteriores – 30 vagas;
- Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) – 502 vagas;
De acordo com informações da Agência Brasil, as contratações deverão ter impacto de R$ 735 milhões por ano no Orçamento da União.