De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com a SPC Brasil, cerca de 83% dos brasileiros precisaram cortar gastos em 2021. A pesquisa constatou que grande parte dos cortes no orçamento familiar foram feitos em compras de vestuário, calçados e acessórios.
“Em todo momento de crise verifica-se uma redução no consumo geral e em especial no das famílias com menor poder aquisitivo. Nesses períodos de crise, o foco é no consumo apenas de produtos essenciais e em quantidades mínimas. E a inflação também gerou um aumento no custo de vida das pessoas, a população está com dificuldade de encontrar produtos e serviços que tradicionalmente consumia”, afirmou Ricardo Teixeira, Coordenador do MBA em Gestão Financeira da FGV.
O impacto da pandemia no orçamento familiar dos brasileiros também reduziu os gastos com entretenimento (55%). Além disso, 48% dos entrevistados afirmaram ter reduzido os custos com itens supérfluos de supermercado.
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, as consequências econômicas do isolamento social e da crise sanitária ainda têm bastante impacto no orçamento familiar dos brasileiros. “O desemprego elevado é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo país e isso está ligado diretamente ao retorno do crescimento econômico, que ainda não alavancou. A renda da população foi fortemente afetada nos últimos dois anos e isso, somado aos preços elevados, traz insegurança para as famílias”, disse.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serasa, atualmente, o desemprego é a maior causa de dívidas entre os cidadãos brasileiros. Segundo informações disponibilizadas pela empresa, três em cada dez inadimplentes estão sem trabalho. Além disso, o estudo da CNDL informou que 32% dos brasileiros precisaram fazer uso de suas reservas de emergência para manter as contas em dia.
Para manter as contas em dia, quatro em cada dez brasileiros também precisam realizar “bicos” para complementar o orçamento familiar. Em 2021, ao menos 40% dos brasileiros realizaram trabalhos extras. A maior parte desses serviços estão relacionados ao trabalho de diarista, serviços gerais de manutenção e revenda de produtos.
Com o aumento do desemprego no país e a alta da inflação, muitos trabalhadores estão preocupados e buscam alternativas para economizar nos gastos e poupar dinheiro. Para especialistas no assunto, antes de mais nada é preciso se organizar. Para isso, é necessário analisar todos os gastos fixos mensais e anotar para não se esquecer.
Para uma melhor organização dos gastos mensais, investidores mais experientes sugerem que seja criada uma planilha de controle. Quando tudo estiver organizado, é importante reduzir as dívidas. Vale lembrar que pagar dívidas à vista pode oferecer algum desconto, contudo, se não houver essa possibilidade é ideal parcelar os débitos em atraso e não esquecer de anotar na planilha de orçamento.
Para conseguir poupar dinheiro mesmo com um orçamento apertado, é necessário ter metas estipuladas. Definir um valor fixo mensal para poupar também é uma maneira de conseguir se policiar. Além disso, evitar gastos supérfluos, com coisas que não são necessidades básicas no momento, é um dos passos mais importantes para conseguir poupar.