Quando você vai realizar uma compra, você prefere pagar o valor todo de uma vez, ou prefere parcelar o produto? De acordo com uma pesquisa feita pela Serasa, a maioria dos brasileiros costuma optar pela segunda opção. Segundo levantamento, sete em cada 10 brasileiros preferem adotar um parcelamento na hora de pagar por um determinado item ou serviço.
O dado é parte do estudo “relação com o Dinheiro”, feito pelo Serasa em parceria com a Opinion Box. Para chegar aos resultados, os pesquisadores perguntaram a opinião de 8.888 pessoas entre os dias 27 de julho e 23 de agosto deste ano. Os resultados dão uma dimensão das preferências das pessoas no processo da compra.
Os dados surpreenderam porque mostram que o parcelamento segue sendo o método de pagamento preferido dos brasileiros em um contexto de alta popularidade do Pix. O sistema desenvolvimento pelo Banco Central (BC) permite pagamentos instantâneos, e está sendo cada vez mais aceito em estabelecimentos comerciais.
Por que as pessoas compram parcelado
De acordo com a pesquisa da Serasa, as razões que levam uma pessoa a fazer uma compra parcelada costumam variar a depender de cada caso. Esta pesquisa específica aponta que 27% dos entrevistados afirmam que escolhem comprar de maneira parcelada simplesmente porque não têm o dinheiro completo.
Para outros 24% dos consumidores brasileiros, a escolha por parcelar a compra se dá pelo fato de que eles querem comprar mais itens de uma só vez. Outros 23% responderam que pagam de forma parcelada simplesmente porque consideram que o valor pode se transformar em algo mais diluído ao longo do tempo.
“O parcelamento parece, de fato, incorporado à realidade econômica dos brasileiros”, diz Patrícia Camillo, gerente da Serasa.
Contas de luz
Nesta semana, o Serasa também divulgou um outro dado importante para entender o perfil de consumo dos brasileiros. De acordo com a pesquisa, as contas de serviços muito importantes como luz, água, gás e telefone representaram 25% das dívidas pendentes dos brasileiros no último mês de agosto.
Este é o maior patamar já registrado desde o início da série histórica, em 2019.
Quando se considera os números gerais da inadimplência, é possível indicar que houve um aumento no número de brasileiros nesta situação. Trata-se do primeiro aumento depois de dois meses de queda nestes números. São 320 mil devedores a mais em agosto, em comparação com o registrado em julho. Ao todo, 71,74 milhões de brasileiros estão com o nome sujo.
Considerando todo o montante, 50,4% dos brasileiros que estão em situação de inadimplência são mulheres e 49,6% são homens. As faixas etárias mais afetadas são de 41 a 60 anos de idade (35%) e de 26 a 40 anos (34,5%).
Desenrola
Parcelou uma dívida e não conseguiu pagar? Talvez uma boa dica para sair desta situação seja o programa Desenrola. Trata-se do projeto do governo federal que prevê uma ajuda para as pessoas que estão em situação de inadimplência, e que desejam limpar os seus nomes.
A ideia é que o programa atenda duas faixas de usuários. São elas:
- Faixa 1: pessoas que possuem renda per capita de até dois salários mínimos, e que tenham contraído dívidas de até R$ 5 mil entre o início de 2019 e o dia 31 de dezembro de 2022;
- Faixa 2: pessoas que possuem renda per capita de algo entre dois salários mínimos e R$ 20 mil, e que tenham contraído dívidas exclusivamente com bancos entre o início de 2019 e o final de 2022.
Atualmente, o Desenrola está atendendo apenas as pessoas da Faixa 2. A Faixa deve começar a ser atendida entre os dias 25 e 29 deste mês. Este grupo vai poder usar um aplicativo para que eles consigam entender quais são as dívidas que estão registradas em seus CPFs, e quais são as condições oferecidas pelos credores.