O ex-presidente Lula (PT) voltou a reforçar a sua promessa de isenção maior para o imposto de renda. Durante o debate presidencial na TV bandeirantes na noite deste domingo (16), o petista revelou que poderá bancar a isenção para todos os trabalhadores brasileiros que recebem até R$ 5 mil por mês. É o caso da maioria dos empregados brasileiros.
Lula deu esta declaração enquanto respondia a uma pergunta sobre o Auxílio Brasil. O candidato do PT afirmou que pretende manter os R$ 600 do programa social através da aprovação de uma reforma tributária que precisaria ser aprovada pelo Congresso Nacional. O ex-presidente disse que o documento também permitiria a isenção maior do Imposto de Renda.
“Nós temos certeza de que o Congresso vai aprovar uma Reforma Tributária para que a gente possa, com a Reforma Tributária, taxar menos os mais pobres, os trabalhadores. Por isso que nós propomos uma isenção de até R$ 5 mil de não pagamento de Imposto de Renda, cobrar dos mais ricos que muitas vezes não pagam sobre o lucro e sobre o dividendo. Aí nós vamos ter dinheiro para fazer as políticas que nós fizemos”, disse Lula.
Promessa do Imposto de Renda
Esta não é a primeira vez que Lula vem prometendo bancar a isenção do Imposto de Renda para todas as pessoas que recebem menos de R$ 5 mil. A proposta do seu plano de Governo nem sempre foi esta. Até menos de duas semanas atrás, o candidato do PT disse que poderia bancar a isenção para todos que recebiam R$ 3 mil, ou seja, o patamar da promessa aumentou.
Durante a campanha presidencial de 2018, o presidente Jair Bolsonaro (PL) também chegou a prometer isenção no Imposto de Renda para todas as pessoas que recebiam menos de R$ 5 mil. Depois de eleito, Bolsonaro não cumpriu a promessa. Em entrevista recente, o presidente afirmou não conseguir colocar o plano em prática por causa da questão da pandemia do coronavírus.
Auxílio Brasil
No mesmo debate da Band, o ex-presidente Lula também comentou sobre a situação do Auxílio Brasil. Entre outros pontos, Lula afirmou que Bolsonaro queria pagar um Auxílio Emergencial no patamar de R$ 200 por família, e que o valor só aumentou por causa da pressão do Congresso Nacional.
“O Partido dos Trabalhadores tinha proposto, antes de votar nos R$ 600 de Auxílio Emergencial, quando o Presidente propunha 200. A Câmara votou R$ 500, e ele propôs R$ 600. Depois ele reduziu para R$ 400, e agora mandou os R$ 600 só até 31 de dezembro porque não está na LDO”, seguiu Lula.
“Na verdade, o que nós fizemos? Nós provamos à sociedade brasileira de que é possível a gente ter capacidade de investimento quando a gente planeja e quando a gente coloca o dinheiro no lugar certo”, completou o ex-presidente.
Por fim, o presidente Jair Bolsonaro também falou sobre o tema. Ele voltou a dizer que deve manter o Auxílio Brasil na casa dos R$ 600 caso seja reeleito este ano. Na oportunidade, o atual presidente também criticou o Bolsa Família, programa que ficou ligado às gestões do PT.
“A origem desse dinheiro (o saldo para bancar a manutenção do Auxílio em R$ 600) virá de uma proposta que já passou na Câmara, visando a Reforma Tributária, e está no Senado Federal. Vamos manter essa despesa extra de forma permanente e vitalícia”, disse Bolsonaro
“Deixo claro que quando nós criamos o Auxílio Brasil, no final do ano passado, nós renegociamos o parcelamento dos precatórios e criamos o Auxílio Emergencial de R$ 400. Nesse momento, toda a bancada do PT votou contra na Câmara dos Deputados. Porque eles não têm qualquer preocupação com os mais pobres”, completou.