José Maria de Eça de Queiroz nasceu em 25 de novembro de 1845, na cidade de Póvoa de Varzim, em Portugal. Ele teve uma formação acadêmica sólida, estudando Direito na Universidade de Coimbra, onde teve contato com as ideias do realismo literário, que viriam a influenciar sua obra.
Após concluir os estudos, Eça de Queiroz entrou para a carreira diplomática e viveu em diversas países europeus, como Inglaterra e França. Essas experiências internacionais proporcionaram-lhe uma visão mais ampla do mundo e influenciaram sua escrita. Nesse sentido, o autor ganhou um olhar crítico sobre a sociedade portuguesa.
Eça de Queiroz é considerado um dos principais representantes do Realismo na literatura portuguesa. O Realismo foi uma corrente literária que surgiu no século XIX e buscava retratar a realidade de forma objetiva, sem idealizações. Nesse sentido, os escritores realistas procuravam abordar os problemas sociais, políticos e morais de sua época, criticando a hipocrisia e os valores conservadores da sociedade.
Caracterizada por suas críticas, a linguagem usada por Eça de Queiroz era rica de descrições detalhadas e análises profundas dos personagens e da sociedade em que vivem. Além disso, a sua escrita é marcada pela ironia e pelo humor, combinando uma observação perspicaz da realidade com uma abordagem satírica.
O autor utilizava um vocabulário refinado e uma escrita elegante, mas ao mesmo tempo acessível. Nesse sentido, a sua prosa fluída e envolvente transporta o leitor para os ambientes descritos.
O Realismo de Eça de Queiroz se destaca por sua perspicácia ao retratar a sociedade burguesa portuguesa do século XIX. Suas obras são críticas e mostram os vícios e as contradições dessa classe social, revelando o lado obscuro e muitas vezes hipócrita da alta sociedade.
Confira abaixo um breve resumo das principais obras do autor!
Este romance traz à tona a história de um jovem padre chamado Amaro Vieira que se envolve em um relacionamento amoroso e escandaloso com uma mulher, Amélia. A trama revela a hipocrisia da Igreja Católica e da sociedade em geral. Assim, Eça de Queiroz descreve com maestria as tensões entre a moralidade religiosa e as paixões humanas. O autor expôs, por exemplo, a corrupção moral e os conflitos internos do protagonista.
Considerada uma das obras-primas de Eça de Queiróz, “O Primo Basílio” aborda a vida conjugal de um casal burguês, Luísa e Jorge, e os desdobramentos de um caso extraconjugal de Luísa com seu primo Basílio. O autor critica a hipocrisia e os valores da sociedade da época, explorando, por exemplo, a falta de comunicação e o vazio emocional que permeiam o casamento burguês.
“Os Maias” narra a história da família Maia, representante da elite lisboeta. O enredo se desenvolve em torno dos problemas e decadências dessa classe social, abordando temas como o incesto, a decadência moral e a inevitável queda da aristocracia, por exemplo.
“A Relíquia” é uma sátira hilariante que conta a história de Teodorico Raposo, um jovem provinciano que parte em peregrinação à Terra Santa em busca de uma relíquia sagrada. O autor utiliza o humor e a ironia para criticar a devoção religiosa superficial e, principalmente, o oportunismo presente na sociedade da época.
Este romance é um retrato da aristocracia rural e da decadência da classe nobre portuguesa. A história acompanha Gonçalo Mendes Ramires, um escritor idealista que tenta recuperar o prestígio de sua família através da escrita de um livro. Nesse sentido, o autor utiliza uma narrativa irônica para expor a falsidade, a vaidade e a falta de propósito da classe aristocrática.
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