O dadaísmo, um dos mais icônicos movimentos literários do século XX, emergiu como uma resposta radical ao contexto caótico e perturbador da Primeira Guerra Mundial e suas consequências sociais, políticas e culturais. Nesse sentido, o movimento é amplamente estudado e está presente nas provas do Enem e de diversos vestibulares tradicionais.
Por isso, apresentamos a seguir um breve resumo sobre esse movimento literário, destacando as principais características e obras. Confira!
Originado na cidade de Zurique, na Suíça, por volta de 1916, o movimento rapidamente se espalhou por toda a Europa, desafiando normas e convenções estabelecidas, enquanto celebrava o absurdo, o irracional e o caos como formas de expressão artística e literária.
O movimento dadaísta abraçou a contradição e a subversão como suas bandeiras. Seu nome, “Dada”, que não possui um significado lógico. A escolha do nome teve como objetivo refletir a rejeição dos dadaístas a todas as formas de significado convencional.
Um dos pilares fundamentais do dadaísmo foi a desconstrução da linguagem e da lógica. Os dadaístas acreditavam que a linguagem, como um sistema de comunicação, estava inerentemente corrompida e era incapaz de transmitir a verdade. Para eles, as palavras haviam perdido seu significado e se tornado meros sons vazios.
Como resposta a essa percepção, os dadaístas criaram poesia e textos que se afastavam completamente das estruturas linguísticas convencionais. Autores contemporâneos, como James Joyce, Samuel Beckett e Julio Cortázar, foram influenciados pela quebra das normas linguísticas dadaístas e empregaram técnicas similares em suas próprias obras.
Uma das formas mais notáveis de experimentação linguística dadaísta foi a colagem. Os dadaístas frequentemente recortavam palavras e frases de jornais e revistas para criar novos textos, reorganizando o significado de maneiras inesperadas e absurdas. Essa técnica subversiva desafiou a noção tradicional de que a escrita deveria seguir regras predefinidas.
O dadaísmo também celebrou o absurdo e o irracional como formas válidas de expressão. Essa celebração do absurdo ainda está presente em diversas formas de comédia contemporânea, no teatro do absurdo e em obras que desafiam as normas da narrativa tradicional. O humor surreal e o uso do nonsense continuam a fazer parte da cultura popular.
Embora o movimento tenha se originado na Europa, ele rapidamente encontrou seguidores entusiasmados em todo o mundo. No Brasil, o movimento dadaísta ganhou força na década de 1920, com a publicação da revista “Klaxon”, que promovia a estética dadaísta e introduzia as ideias do movimento no país.
O poeta e escritor brasileiro Mário de Andrade, por exemplo, teve influência do dadaísmo em sua obra, que muitas vezes apresentava elementos de estranheza e experimentação linguística. O “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”, escrito por ele em 1924, abordou o desejo de romper com as tradições literárias e explorar novas formas de expressão.
A renomada pintora Tarsila do Amaral também teve contato com as ideias dadaístas durante sua estadia em Paris, onde participou das vanguardas artísticas da época. Embora o seu nome esteja mais presente no movimento modernista, suas obras posteriores, como “O Ovo” (1928), apresentam influências dadaístas em sua abordagem à arte e à representação.
Hoje, movimentos e artistas que buscam abordar questões sociais e políticas por meio da arte frequentemente se inspiram na abordagem provocativa e crítica do dadaísmo. O ativismo artístico contemporâneo, como o graffiti político e a arte de protesto, por exemplo, pode ser considerado uma extensão desse legado.
Em um contexto de vestibular, o dadaísmo pode aparecer como um tópico relevante em questões de literatura, história da arte ou cultura do século XX. Para se preparar adequadamente, é importante pesquisar sobre os principais autores e obras do movimento dadaísta, bem como entender o impacto cultural e histórico desse movimento.
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