Literatura no vestibular: “Menino de Engenho”, de José Lins do Rego

Primeiro livro do escritor paraibano José Lins do Rego, Menino de Engenho é também a primeira obra do autor da sua fase de produção chamada “ciclo da cana-de-açúcar”, ao lado de Banguê (1934) e de outros romances. Publicado pela primeira vez em 1932, essa obra consagrou o escritor como um dos nomes mais importantes do regionalismo nordestino, parte do movimento modernista do Brasil.

Nesse sentido, o enredo do romance tem como plano de fundo um engenho localizado na Paraíba, no nordeste brasileiro. Por meio de uma linguagem simples e coloquial, o autor aborda diversos aspectos da fase regionalista, expondo as questões e elementos do nordeste sertanejo.

Enredo da obra

A obra Menino de Engenho tem como personagem principal Carlos Melo, que é também o narrador dos acontecimentos. O enredo se inicia ainda na infância de Calinhos, mas de uma maneira dramática, pois o garoto presencia o momento em que o seu pai mata a sua mãe. Após o assassinato, o seu pai acaba parando em um hospício e o garoto vê a sua vida mudar completamente.

Levado pelo seu Tio Juca, Carlos deixa a cidade e passa a viver no engenho de seu avô materno. Assim, o garoto passa a ter a rotina de uma criança do campo. Nesse sentido, a narrativa descreve bem o ambiente rural e acompanha o crescimento do garoto por meio dos episódios de sua infância.

No engenho, Carlos encontra na sua tia Maria uma figura materna, se diverte com a criançada em brincadeiras, na escola e nos banhos de rio. Diante dos adultos, Carlos tem um bom bom comportamento, mas isso acaba mudando. Após a sua tia Maria se casar, Carlos fica sob os cuidados de Sinhazinha, a tia megera. Sinhazinha era uma senhora de mais de 60 anos que dirigia o engenho e tinha fama de tirana entre os empregados e escravos.

Há diversos conflitos entre Carlos e Sinhazinha devido ao seu comportamento controlador. Essa repressão gerou no garoto um comportamento rebelde e libidinoso. No final do romance, Carlos é enviado a um internato após sua família descobrir que ele contraiu uma doença venérea aos 12 anos de idade.

Apesar de Menino de Engenho compor um conjunto de obras regionalistas, a obra traz um tom mais saudoso, sem abordar a realidade do nordeste de uma maneira tão crítica quanto as outras obras do período.

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