Segundo informações disponibilizadas pelo Banco Central do Brasil, o juros do cartão de crédito caiu 11 pontos, chegando a 388,7% em setembro de 2022 para o cliente rotativo. O rotativo é a linha de crédito pré-aprovada por instituições financeiras e inclui também saques no crédito.
A autarquia ainda informou que as taxas de juros para parcelamento do cartão de crédito variou de 186,8% para 184,9%. Já no cheque especial, a média de juros cobrada em setembro foi 134,6%.
Taxa de inadimplência e endividamento das famílias
Os dados divulgados pelo Banco Central indicam que a taxa de inadimplência em operações no cartão de crédito entre os cidadãos brasileiros continua crescendo. Em agosto de 2022 a taxa era de 3,9% e em setembro a porcentagem chegou a 4,0%.
Ao analisar somente as pessoas físicas, a taxa de inadimplência passou de 5,6% para 5,7% entre agosto e setembro. Já no caso das empresas, a taxa de inadimplência foi de 1,8% para 1,9% no mesmo período.
Ao falar sobre o endividamento das famílias, os números permanecem bastante altos. No mês de agosto o Banco Central informou que a taxa de endividamento ficou em 52,9%, valor bastante próximo ao recorde da série histórica do BC alcançada em julho de 2022.
O perfil de endividados no Brasil
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo indica que tanto a proporção de mulheres quanto de homens endividados cresceu em agosto de 2022. Enquanto o avanço mensal foi mais expressivo entre o público masculino, no intervalo de um ano o endividamento foi maior entre as mulheres.
“Entre o público feminino, o volume de mulheres endividadas aumentou 0,5 p.p. entre julho e agosto; no intervalo de um ano, no entanto, as mulheres contrataram mais dívidas do que os homens, uma vez que a alta do endividamento foi maior para elas”, disse Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela Peic.
O levantamento ainda analisou a situação de inadimplência entre faixas de renda. Os resultados indicaram que a aceleração do endividamento em agosto ocorreu de forma semelhante entre os dois grupos, no entanto, a alta na contratação de dívidas foi maior entre as famílias com maior renda.
“A melhora no mercado de trabalho e as políticas de transferência de renda mais robustas têm favorecido os rendimentos das famílias nas faixas mais baixas, mas a inflação em nível ainda elevado desafia o poder de compra desses consumidores. O crédito tem sido uma forma importante para eles sustentarem o consumo”, explica a economista.
Saiba como se livrar de dívidas no cartão de crédito
O cartão de crédito pode ser um grande aliado para os cidadãos, no entanto, é preciso utilizar a ferramenta com cautela para evitar que dívidas pequenas acabem se tornando um grande problema. Para especialistas em finanças, é importante avaliar a necessidade de ter mais de um cartão de crédito, já que o limite disponível pode fazer com que os consumidores comprem produtos desnecessários que acabam prejudicando o orçamento familiar.
Outro fator a ser observado pelos cidadãos é a anuidade ou taxas cobradas pela administradora do cartão de crédito, já que isso pode pesar na hora de fechar as contas. Além disso, os usuários de cartão de crédito devem manter os pagamentos sempre em dia, já que esse costume evita o pagamento de taxas e juros por atraso.