Os brasileiros continuam sofrendo em 2023 com o crédito mais caro no país. O poder de compra da população está mais limitado e diversas pessoas estão mudando os seus hábitos de consumo. Tudo isso é consequência dos juros elevados, que afetam diversos setores da economia.
Na última semana, o Banco Central (BC) manteve pela sétima vez consecutiva a taxa básica de juro da economia brasileira, a Selic, em 13,75% ao ano. Em resumo, esse patamar vem sendo observado desde agosto de 2022, quando o BC promoveu a 12ª alta seguida da taxa, encerrando o maior ciclo de alta de juros desde 1999.
Atualmente, a taxa Selic está no maior patamar desde novembro de 2016, ou seja, em seis anos e meio. Essa notícia acaba sendo ignorada por muitas pessoas que não parecem se importar com os juros no país. Contudo, a realidade é que as decisões do BC afetam toda a população, impactando diretamente a renda dos brasileiros.
A decisão do BC de elevar os juros começou em março de 2021, quando a entidade financeira anunciou a primeira das 12 altas consecutivas na taxa Selic. Isso aconteceu porque, naquele ano, a inflação estava em um patamar muito acima do esperado.
Cabe salientar que a taxa inflacionária elevada afeta o rendimento familiar dos brasileiros, pois aumenta o custo de vida da população.
Em 2021, o Brasil registrou uma inflação de 10,06%, maior patamar desde 2015 (10,67%). Esse cenário, que vinha se desenhando no final de 2020, pressionou o BC a elevar os juros, e a combinação de inflação e juros elevados vem dificultando a vida das pessoas no país desde então.
Em primeiro lugar, vale destacar que o termo inflação se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de produtos e serviços no país. Neste ano, a meta da inflação é de 3,25%, e o BC atua para tentar cumprir essa meta, mantendo os juros em nível elevado.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país. E cabe ao BC agir para cumprir essa meta, uma vez que a inflação controlada traz diversos benefícios.
Confira alguns pontos positivos quando há controle inflacionário no país:
Para segurar a inflação, o BC elevou por 12 vezes consecutivas a taxa Selic, entre março de 2021 e agosto de 2022. Desde então, o BC vem optando por manter os juros no mesmo patamar, sem reduzi-lo, mesmo com a desaceleração da inflação.
Essa decisão se baseia no cenário atual do país, uma vez que a taxa inflacionária, apesar da desaceleração, ainda pode surpreender e voltar a acelerar no país, ao menos é isso o que o BC acredita.
A manutenção da taxa Selic é positiva para os brasileiros apenas em parte, uma vez que não houve elevação da taxa. Entretanto, como o nível dos juros está muito alto, a estabilização da taxa Selic nesse patamar é bem ruim para as pessoas.
Em síntese, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços no país. Quanto mais alta ela estiver, mais altos ficarão os juros no país, no geral. Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia.
A Selic elevada tende a impulsionar os juros bancários, que acabam sendo repassados aos clientes. Em 2022, os juros bancários médios do país alcançaram o maior patamar dos últimos seis anos, subindo 8,2 pontos percentuais em relação a 2021. E a trajetória de alta continuou nos primeiros meses de 2023.
Como os juros encarecem o crédito, as pessoas se veem mais apertadas financeiramente e acabam forçadas a modificarem os hábitos de consumo. Na verdade, a inflação elevada já pressiona a renda dos brasileiros, e os juros em patamar muito alto agrava ainda mais esse cenário.
Por isso que o endividamento e a inadimplência atingiram os maiores níveis já registrados no país em 2022. Em 2023, os níveis ainda estão muito altos, mas levemente menores que os observados no ano passado.
Os juros mais altos pressionam a renda dos brasileiros. Isso acontece porque compras parceladas, geralmente feitas pelas pessoas de renda mais baixa, passam a ter juros mais elevados. E, muitas vezes, as famílias acabam atrasando o pagamento e sofrem com os juros e multas devido aos atrasos.
Para fugir desse cenário, os brasileiros podem seguir algumas dicas simples, mas bastante eficazes, que podem livrar muita gente de grandes dores de cabeça: