O Ministro da Cidadania, João Roma, participou nesta segunda-feira (20) de um evento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Ele aproveitou a ocasião para falar mais uma vez sobre a questão do Bolsa Família. Em seu discurso, ele disse que o projeto vai ser uma evolução em relação ao que se vê hoje.
No mesmo discurso, Roma disse que não tinha como negar que o Bolsa Família de antes do Governo Federal também tinha sido uma evolução em relação ao que vinha antes. Ele disse, em resumo, que os projetos sociais no Brasil estariam evoluindo para fazer com que as pessoas em situação de vulnerabilidade se sentissem atendidas.
“O Auxílio Brasil visa dar uma resposta, uma evolução no atual programa de transferência de renda do nosso Brasil. Mostrando que as pessoas podem sim encontrar no Estado brasileiro um parceiro para a superação das dificuldades que encontram”, disse o Ministro. O evento aconteceu em Campinas, em São Paulo.
“Os programas de transferência de renda, sem dúvida nenhuma, foram um grande avanço, começaram lá trás com o Bolsa Escola, o Vale Gás, avançaram para o Bolsa Família”, completou João Roma. Ele não chegou a citar o nome do PT em nenhum momento da fala, mas elogiou aquilo que chamou de evolução do projeto social.
Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, o atual versão do Bolsa Família atende algo em torno de 14,6 milhões de pessoas. É portanto um dos maiores números da história do programa. Uma parte desses usuários, no entanto, está neste momento recebendo o dinheiro do Auxílio Emergencial. É o que dizem os dados oficiais.
Queda nos atendidos
Apesar de dizer que o Bolsa Família vai ser uma evolução, o Ministro da Cidadania não citou o fato de que o número de pessoas atendidas por projetos sociais deve cair em novembro. E quem está dizendo isso é o próprio Governo Federal.
De acordo com as informações oficiais, quando se junta o número de usuários do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial nós chegamos na ordem de 39 milhões de pessoas. A partir de novembro isso vai cair para 17 milhões.
Isso vai acontecer porque o novo Bolsa Família não vai substituir a versão atual do projeto. Ele vai substituir também o Auxílio Emergencial. Na prática, dá pra dizer que dois programas irão chegar ao fim e apenas um vai ser colocado no lugar para atender todos os necessitados.
Novo Bolsa Família
A ideia do Governo Federal é começar os pagamentos do novo Bolsa Família a partir de novembro. Quando se olha o recorte apenas desse projeto, dá pra verificar um aumento. O número de usuários vai subir em relação ao que se vê hoje e os valores também.
No entanto, quando se considera que o Auxílio Emergencial também vai chegar ao fim, o cenário muda. Aí dá para dizer que o número de beneficiários vai cair, e até mesmo os valores ficarão menores para algumas pessoas. Em alguns casos, alguns usuários estão recebendo mais dos que os R$ 300 que o novo projeto deverá pagar.
Por tudo isso, ainda não dá para dizer que quantitativamente falando o novo Bolsa Família seja uma evolução. De qualquer forma, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, está prometendo que vai dar emprego para todo mundo que vai ficar sem esses projetos a partir de novembro.