De acordo com informações do Banco Central, o aumento dos preços para a indústria foram repassados ao cliente final, elevando o IPCA.
Conforme informações oficiais do Banco Central, a comparação direta entre o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é prejudicada pelas diferenças relevantes de composição das cestas de produtos dos dois índices, por isso, o BC informa que as projeções não são exatas, analisando por essa vertente.
IPCA e o repasse de preços do produtor para o consumidor
Conforme informações do BC, o IPCA e o IPA correspondentes mostram deslocamento grande e persistente, no sentido de que a variação de preços ao consumidor é menor do que seria prevista, considerando a relação observada na série histórica, ao passo que não significa uma estabilidade nos preços, visto que já estavam em alta.
A elevação dos preços se manifestou de forma menos intensa em 2020
O Banco Central informa em seu último relatório divulgado oficialmente, que quando o estudo original foi publicado, foram usados dados obtidos até agosto de 2020, sendo assim, esse deslocamento se manifestou de forma menos intensa. Sendo assim, esse é um dos fatores para a alteração nas projeções anunciadas no ano de 2020 e nas informações deste ano, 2021.
Os combustíveis aumentaram a discrepância entre os índices IPA e IPCA
Além disso, apesar de já existir algum distanciamento inicial entre os preços industriais no IPA e no IPCA, a maior discrepância nos meses finais daquela amostra vinha dos preços administrados, em particular combustíveis.
Impacto nos itens de primeira necessidade para o consumidor final
Sendo assim, a recuperação lenta da economia no cenário pós-pandemia impacta no repasse de preços, aumentando a inflação, o que pode significar impacto elevado diretamente no consumo de produtos e serviços prioritários.
Por isso, o consumidor nota uma elevação nos valores de itens de primeira necessidade, como combustível, gás de cozinha, alimentos da cesta básica etc. Porém, o relatório do BC aponta que outros fatores podem ter influenciado os preços industriais, tanto ao produtor como ao consumidor, desde então.
Escassez de matérias-primas
Primeiramente, a escassez de matérias?primas se tornou um fator limitativo relevante para vários segmentos da indústria de transformação a partir do último trimestre de 2020.
Além disso,o BC informa que a recuperação econômica em 2020 e 2021 foi mais forte que a esperada no final de 2020, como confirmam as projeções de crescimento da época e as atuais, e mais concentrada no setor de bens.
Mudança no comportamento de compra do cliente
Dessa forma, o Banco Central, por meio de seu relatório oficial, aponta que a escassez de matérias-primas industriais não decorre somente de restrições de oferta causadas por medidas compulsórias de distanciamento social, mas também é resultado de um redirecionamento do consumo de serviços para o de bens, apontando uma mudança no comportamento do consumidor.