Um cidadão que dá entrada em um benefício do INSS, espera em média 94 dias para poder receber o dinheiro. Os dados são do mês de janeiro deste ano. Em alguns casos, o solicitante precisa esperar mais de cinco meses até obter uma resposta. Os números estão em processo de crescimento, ou seja, a cada mês o prazo médio aumenta.
Os dados de janeiro são os maiores desde abril de 2021, quando a média de espera para se receber um benefício do INSS estava na casa dos 102 dias. Hoje, a média é de 94, o que significa dizer que em algumas regiões, a espera pode ser maior do que isso. Em janeiro no Tocantins, por exemplo, a média foi de 155 dias.
Outros estados como Pará e Sergipe registram um tempo médio de espera de 143 dias. Isso significa dizer que as pessoas precisam esperar, em média, cinco meses para poder obter uma resposta, seja ela positiva ou mesmo negativa por parte do INSS. Nesse meio tempo, os cidadãos não recebem nada.
É preciso lembrar, no entanto, que há uma desigualdade regional nesta questão. O Distrito Federal, por exemplo, registrou em janeiro um tempo médio de espera de 55 dias. Dessa maneira, estamos falando de menos de dois meses de espera. Essa é a unidade da federação com menor tempo médio para se aguardar uma concessão de benefício.
Todos os dados foram divulgados oficialmente pelo boletim estatístico da Previdência Social. Trata-se de uma espécie de levantamento produzido pela Secretaria de Políticas de Previdência Social/Coordenação-Geral de Estatística, Demografia e Atuária. O INSS ainda não comentou oficialmente os números.
Prazos de análise
Desde o último mês de junho de 2021, passaram a entrar em vigor os novos prazos de análise de benefícios do INSS. Os períodos foram esticados oficialmente. Na ocasião, o Instituto disse que a medida ajudaria a dar mais velocidade aos procedimentos.
A lei anterior previa que o limite máximo para as análises seria de 45 dias para todos os benefícios. Entretanto, as mudanças estratificam as observações. Veja qual é o tempo máximo atual para cada análise hoje.
- Salário-maternidade: 30 dias
- Aposentadoria por invalidez comum e acidentária: 45 dias
- Auxílio-doença comum e por acidente do trabalho: 45 dias
- Pensão por morte: 60 dias
- Auxílio-reclusão: 60 dias
- Auxílio-acidente: 60 dias
- Benefício assistencial à pessoa com deficiência (BPC): 90 dias
- Benefício assistencial ao idoso (BPC): 90 dias
- Aposentadorias, salvo por invalidez: 90 dias
Benefícios represados no INSS
Ainda com base nas informações do próprio Governo Federal, é possível saber que em janeiro existiam 1.763.859 requerimentos em análise pelo Instituto em todo o Brasil. Desses, pouco mais de 1,4 milhão ainda aguardavam a primeira avaliação.
Outros 284 mil ainda passaram por análise mas ainda não foram deferidos porque os cidadãos ainda não tinham enviado todas as documentações necessárias para que o INSS liberasse o benefício.
Segundo o INSS, a maioria das análises são de pedidos de pessoas que aguardam por uma resposta há mais de 45 dias. Pouco mais de 1,3 milhão de brasileiros estavam nesta situação no último mês de janeiro deste ano.