Em um relatório divulgado pela Controladoria-Geral da União (CGU) referente ao ano de 2022, foi identificado um expressivo aumento de mais de quatro vezes no número de indeferimentos automáticos de benefícios concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre os benefícios afetados estão o Salário Maternidade e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) destinado a pessoas com deficiência.
Segundo os auditores da CGU, a análise desses dados revelou um “risco significativo de decisões indevidas”, sugerindo que a concessão automática dos benefícios do INSS está suscetível a erros que podem prejudicar os beneficiários.
O relatório aponta que a situação crítica pode ser atribuída a problemas em diversas áreas do INSS. Um dos principais pontos de preocupação é o funcionamento das análises, que parecem não estar atendendo adequadamente às necessidades dos requerentes. Além disso, a CGU também identificou questões relacionadas ao volume de pessoal envolvido no processo de análise e concessão de benefícios.
Papel da perícia médica nos indeferimentos
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) respondeu às alegações do relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre o aumento significativo de indeferimentos automáticos de benefícios em 2022. De acordo com o INSS, a instituição não teve acesso ao referido relatório e esclarece que, em grande parte dos casos, os indeferimentos não são resultado direto da automação, mas estão relacionados à perícia médica.
O diretor de Tecnologia da Informação do INSS, Ailton Nunes, destacou que os benefícios mais comuns sujeitos a recursos, como o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com deficiência, costumam ser indeferidos devido a pareceres desfavoráveis emitidos pela perícia médica. A instituição ressalta que essas decisões não estão diretamente associadas ao processo de automação utilizado pelo INSS.
A declaração do INSS visa esclarecer que a automação desempenha um papel secundário nos indeferimentos, enquanto a avaliação médica é o fator predominante na decisão de negar benefícios. A instituição reforça seu compromisso em garantir que os requerentes recebam o atendimento adequado e justamente, e que a perícia médica é fundamental para determinar a elegibilidade dos beneficiários.
Saiba o que fazer quando o benefício do INSS é indeferido
Quando um benefício do INSS é indeferido, é importante seguir os procedimentos adequados para solicitar uma revisão ou recurso da decisão. Ao receber a notificação de indeferimento, é necessário ler cuidadosamente o documento para compreender os motivos que levaram à decisão. Esse passo é fundamental para identificar os problemas e se preparar para os próximos procedimentos.
Caso o requerente não compreenda completamente os motivos do indeferimento ou acredite que a decisão seja injusta, é aconselhável buscar ajuda de um advogado previdenciário ou de um defensor público. Um profissional pode oferecer orientações e representação durante o processo de recurso.
O próximo passo consiste em apresentar um recurso administrativo no prazo estabelecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social, que normalmente é de 30 dias a partir da data de recebimento da notificação. O recurso deve acompanhar a documentação que comprove a elegibilidade para o benefício.
É importante ressaltar que cada caso é único, e a abordagem apropriada pode variar conforme as circunstâncias individuais. Mais informações sobre como proceder com o indeferimento de benefícios podem ser obtidas nos canais oficiais do INSS.