O ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), voltou a falar nesta semana sobre a fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo ele, a culpa pelo tamanho da lista não seria do atual governo, mas da gestão anterior. De todo modo, ele seguiu prometendo zerar a fila de espera.
“Estamos cada vez mais focados na missão de enquadrar a fila do INSS em até 45 dias, que foi gerada nos últimos anos, bem como aprimorar os serviços. É o resgate de uma instituição que foi dilapidada”, disse, ao elogiar a gestão do atual presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
“Entre as prioridades do governo federal, a Previdência Social garante a cidadania de mais de 39 milhões de brasileiros e impulsiona o desenvolvimento da nação. Com o trabalho presencial e a reestruturação das agências, os beneficiários perceberão a evolução do maior programa social continuo do mundo. O povo precisa diariamente de todos nós e vamos responder com qualidade”, completou.
Promessa sobre INSS
O fato, no entanto, é que o governo federal não deve conseguir cumprir a promessa de reduzir por completo a fila de espera para o recebimento de benefícios previdenciários do INSS. Desde o início do ano, a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do próprio ministro Carlos Lupi era reduzir a lista por completo até o final de 2023.
Considerando os números atuais, já é possível afirmar que o governo não vai conseguir cumprir esta promessa, ao menos não até o final deste ano. Dados mais recentes do Ministério da Previdência indicam que mais de 1,6 milhão de pedidos de todas as regiões do país seguem na lista de espera.
O que Lupi prometeu
Abaixo, você pode conferir uma linha do tempo com boa parte das promessas do ministro Carlos Lupi no decorrer deste ano. Nesta diagramação, é possível ver com clareza a evolução do seu discurso. No início do ano, ele disse que zeraria a fila até o fim de 2023. Logo depois, ele começou a criticar o orçamento, falou que existem diferentes tipos de fila, e mais recentemente chegou a transferir a promessa para 2024.
- Em fevereiro de 2023
“Esse hoje é meu maior desafio. São mais de 500 mil que estão aguardando. Vou enquadrar ela (a fila). Até dezembro estará em 45 dias. Até dezembro não quero ninguém fora do prazo máximo”, disse Lupi, em encontro com sindicalistas na sede da UGT (União Geral dos Trabalhadores).
- Em abril de 2023
“Para o que está sendo previsto de crescimento vegetativo – de um milhão, 1,1 milhão, que todo ano cresce, entre aposentados, pensionistas, beneficiários da Previdência – está previsto e orçado. Além do crescimento vegetativo por ano, que é um milhão, você vai ter de 800 a 900 mil a mais, então nós temos também que encontrar uma solução para o pagamento.”
- Em maio de 2023
“Nós temos hoje cerca de 3 mil peritos para cuidar do Brasil inteiro. E o que acontece? No interior do Brasil é difícil o acesso. Você vai, por exemplo, de João Pessoa até Campina Grande, é fácil, mas no interior da Paraíba é mais difícil. A mesma coisa no Rio Grande do Norte. Imagina na Amazônia, onde você só tem acesso a alguns municípios de barco. Então nós estamos começando a fazer um mutirão, no qual nós vamos pegar um grupo – e isso já está acontecendo – de médicos peritos para irem, principalmente, aos locais mais distantes onde as pessoas precisam.”
- Em julho de 2023
“É bom a gente esclarecer à população que existem tipos de filas diferentes. São quase 16 tipos de filas. E é uma fila que vem de herança”, contou o ministro.
- Em setembro de 2023
“Zerar a fila é impossível porque, todo mês, você tem que atender o pedido do mês e ainda resolver o que estava acumulado anteriormente”, disse Carlos Lupi.
- Em novembro de 2023
“Eu tenha a intenção de que, em 2024, tenhamos todos em uma fila de 30 dias. Até o final do ano que vem. Para isso, estamos fazendo uma série de medidas”.