Depois de mais de 50 dias de greve dos peritos médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o tamanho da fila de espera aumentou. Dados oficiais levantados pelo Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP) mostram que 1.094.210 cidadãos aguardam pela chamada avaliação médica neste momento.
No entanto, a tendência agora é de diminuição da fila desta fila de espera. Nesta sexta-feira (20), os médicos peritos decidiram pôr fim ao movimento grevista. Sindicatos que representam a categoria afirmam que o Ministério do Trabalho e da Previdência Social acatou os 18 pedidos dos trabalhadores da área.
Assim, eles anunciaram que retomarão os trabalhos a partir desta segunda-feira (23). Segundo os sindicatos, estima-se que 70% dos médicos peritos tenham cruzado os braços nos últimos 53 dias. Algumas cidades seguiram com os seus atendimentos normalmente, mas no geral, a situação se tornou complexa na maior parte do país.
Dados revelados pelo próprio Ministério do Trabalho mostram que pouco mais de 320 mil processos que estavam agendados para os últimos 53 dias tiveram que passar por uma remarcação. A tendência é que ao menos uma parte deles seja analisada a partir desta segunda-feira (23), quando os peritos voltam ao trabalho.
A Agência Nacional de Médicos Peritos (ANMP) anunciou que a partir do próximo dia útil, 1.068 médicos peritos que participaram do movimento grevista voltarão ao trabalho. Ao cidadão, basta saber que o processo de solicitação de atendimento segue funcionando do mesmo jeito, ou seja, nada foi modificado.
Mesa de negociação
No final do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que pagaria um reajuste salarial para os profissionais federais que trabalham na área de segurança. A informação gerou desconforto em pessoas de outras categorias.
Inclua aí os peritos médicos que decidiram pedir um reajuste salarial de 19,9%, assim como aconteceria para as forças de segurança. Depois de um período de reticência, o Governo Federal sinalizou que poderia pagar o reajuste para todos, mas menor.
Informações de bastidores dão conta de que o Ministério da Economia deve pagar um reajuste linear de 5%. Os peritos médicos decidiram aceitar a oferta, sob a condição de que a taxa será igualitária para os profissionais de todas as áreas.
A perícia médica
No caso específico da perícia médica, a paralisação prejudicou as pessoas que esperavam pela realização do procedimento. Vale sempre lembrar que é necessário realizar o processo para começar a receber alguns benefícios.
O auxílio-doença, por exemplo, funciona exatamente desta forma. O cidadão dá entrada no pedido, passa pela perícia médica e o resultado da consulta é o que libera o saldo do benefício por uma determinada quantidade de meses.
Em alguns casos, um cidadão que está doente deixa de receber o dinheiro do salário do trabalho e também não consegue dar entrada no benefício do INSS. A situação é comum e prejudica milhares de brasileiros neste momento.