O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,25% em junho, na comparação com o mês anterior. Isso quer dizer que os consumidores do país tiveram que pagar mais caro no mês passado para adquirir itens e contratar serviços no Brasil, em relação a maio.
O avanço de junho foi bem menor que a variação registrada no mês anterior, quando a inflação subiu 0,46%. Aliás, a alta do mês passado foi mais intensa que a oscilação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,21% em junho.
Seja como for, com o acréscimo do resultado mensal, o INPC passou a acumular uma alta de 3,70% nos últimos 12 meses, acima dos 3,34% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
O que é INPC?
Em resumo, o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Aliás, o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços se chama inflação.
Quando ocorre o contrário, tem-se deflação. Contudo, o termo se refere ao recuo generalizado dos preços. Quando a queda não é generalizada, mas apenas pontual, os analistas passam a considerar o resultado apenas como uma queda da inflação.
Vale destacar que o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em suma, o governo federal promove reajustes do salário mínimo conforme a variação do INPC. Inclusive, os reajustes devem ser, no mínimo, iguais à variação acumulada pelo indicador no ano anterior.
Assim, as famílias continuam a ter as mesmas condições de renda para seguirem comprando os mesmos itens ano após ano, pelo menos teoricamente. No entanto, o Governo Federal pode promover reajustes que resultem em ganhos reais para os trabalhadores, acima da inflação registrada pelo INPC, como aconteceu neste ano.
Inflação sobe em 13 dos 16 locais pesquisados
No mês passado, o INPC subiu em 13 dos 16 locais pesquisados, refletindo uma disseminação dos avanços no país. A inflação caiu em três locais em relação a maio.
Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas nos locais pesquisados em junho:
- Brasília: 0,58%;
- Belo Horizonte: 0,58%;
- Goiânia: 0,52%;
- Rio Branco: 0,40%;
- São Paulo: 0,38%;
- Curitiba: 0,34%;
- Fortaleza: 0,28%;
- Belém: 0,22%;
- Rio Janeiro: 0,20%;
- Aracaju: 0,19%;
- Vitória: 0,13%;
- São Luís: 0,11%;
- Campo Grande: 0,05%;
- Recife: -0,08%;
- Salvador: -0,12%;
- Porto Alegre: -0,16%.
Como observado acima, a inflação medida pelo INPC subiu na maioria dos locais pesquisados em junho, e isso impulsionou a taxa nacional. Contudo, as altas foram relativamente fracas, e a inflação geral acabou tendo uma variação bem mais leve que a de maio.
No acumulado dos últimos 12 meses até junho, todos os locais continuaram com taxas positivas. Os números mais elevados foram registrados em Belém (5,07%), Belo Horizonte (5,06%), São Luís (4,70%), Fortaleza (4,39%) e Rio Branco (4,32%). Já as menores variações ocorreram em Recife (2,61%), São Paulo (3,10%) e Curitiba (3,20%).
Veja os destaques do mês
Em junho, a taxa do INPC ficou mais elevada em Belo Horizonte e Brasília devido a forte alta nos preços da energia elétrica residencial (5,98%), em BH, e do encarecimento da taxa de água e esgoto (9,20%), na capital do país.
De modo diferente, Porto Alegre teve a menor taxa entre os locais pesquisados devido à queda nos preços do gás de botijão (-5,02%).
O IBGE também revelou que os preços dos produtos alimentícios subiram 0,44% em junho, desacelerando em relação ao mês anterior (0,64%). Da mesma forma, os produtos não alimentícios desaceleraram de 0,40%, em maio, para 0,19% em junho.
Cada local possui um peso no INPC
Vale destacar que cada local possui um peso na composição do INPC. Por ser a maior economia do país, São Paulo lidera a lista, respondendo por 24,60% da inflação medida pelo indicador.
Em seguida, ficam Belo Horizonte (10,35%), Rio de Janeiro (9,38%), Salvador (7,92%), Curitiba (7,37%) e Porto Alegre (7,15%). Portanto, a inflação registrada nestes locais exerce uma influência nacional bem maior que a de Rio Branco, por exemplo, que tem peso de apenas 0,72% na composição do INPC.
INPC x IPCA
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe uma diferença sutil entre os dados do INPC e do IPCA e apenas se refere ao uso do termo “amplo”.
De um lado, “o IPCA engloba uma parcela maior da população. Ele aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos“, segundo o IBGE.
Por sua vez, “O INPC verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Esses grupos são mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos, transporte etc.”, informa o IBGE.