Economia

INPC: inflação para as famílias de baixa renda SOBE em maio

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,36% em maio. Isso quer dizer que os consumidores do país tiveram que pagar mais caro para adquirir itens e contratar serviços no Brasil, mesmo que a alta tenha sido leve.

A taxa desacelerou em relação à variação observada em março (0,64%) e abril (0,53%), ou seja, a alta registrada em maio foi um pouco menor que a dos meses anteriores. Contudo, vale destacar que isso que não quer dizer que os preços caíram, apenas que subiram menos que o avanço de abril.

Em resumo, o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Aliás, o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços se chama inflação, e ela continuou intensa em abril.

Vale destacar que o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em suma, o governo federal promove reajustes do salário mínimo conforme a variação que o INPC apresentar. Inclusive, os reajustes devem ser, no mínimo, iguais à variação acumulada pelo indicador no ano anterior.

Assim, as famílias continuam a ter as mesmas condições de renda para seguirem comprando os mesmos itens ano após ano, pelo menos teoricamente. No entanto, o Governo Federal pode promover reajustes que resultem em ganhos reais para os trabalhadores, acima da inflação registrada pelo INPC, como aconteceu em 2023.

Em maio, a taxa do INPC desacelerou em relação ao mês anterior, contudo, todos 15 dos 16 locais pesquisados pelo IBGE, responsável pelo indicador, registraram aumento dos preços. Isso porque o decréscimo na taxa não quer dizer que houve queda nos valores, ou seja, os produtos e serviços ficaram levemente mais caros em maio.

Com o acréscimo do resultado mensal, o INPC passou a acumular uma alta de 3,84% nos últimos 12 meses, abaixo dos 3,83% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Inflação sobe em 15 dos 16 locais pesquisados

No mês passado, o INPC apresentou variação positiva em 15 dos 16 locais pesquisados. Em outras palavras, os consumidores do país sofreram com o aumento nos preços de produtos e serviços em maio.

Esse resultado disseminado mostra que os brasileiros tiveram que gastar mais para adquirir itens ou contratar serviços, em comparação a março. Contudo, a taxa desacelerou em 11 dos 16 locais pesquisados, enquanto outras cinco capitais encerraram maio com taxas superiores a do mês anterior.

Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas nos locais pesquisados em maio:

  • Belo Horizonte: 0,79%;
  • Aracaju: 0,66%;
  • Fortaleza: 0,60%;
  • Recife: 0,59%;
  • Salvador: 0,56%;
  • Rio Branco: 0,41%;
  • Curitiba: 0,40%;
  • São Paulo: 0,39%;
  • Campo Grande: 0,38%;
  • Vitória: 0,24%;
  • Goiânia: 0,16%;
  • Belém: 0,13%;
  • Porto Alegre: 0,12%;
  • Brasília: 0,11%;
  • Rio Janeiro: 0,08%;
  • São Luís: -0,33%.

Como observado acima, a inflação medida pelo INPC subiu em todos os locais pesquisados, impulsionando a taxa nacional. No acumulado dos últimos 12 meses até maio, as maiores taxas vieram de: São Paulo (5,09%), Salvador (4,32%) e Vitória (3,83%).

Apenas estes três locais tiveram taxas inflacionárias superiores à média nacional (3,74%). A saber, estas capitais respondem por 34,43% da inflação medida pelo INPC no país. Por isso que a taxa anual ficou elevada em maio, apesar de as 13 capitais restantes terem registrado valores inferiores à inflação nacional no período.

Aliás, o destaque ficou com São Paulo, que puxou a inflação medida pelo INPC para cima. Em resumo, o estado tem um peso regional de 24,60% no Brasil, ou seja, sua variação corresponde a quase um quarto da taxa nacional. Assim, a inflação no país tende a ficar mais próxima do resultado de São Paulo.

INPC x IPCA

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe uma diferença sutil entre os dados do INPC e do IPCA e apenas se refere ao uso do termo “amplo”.

De um lado, “o IPCA engloba uma parcela maior da população. Ele aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos“, segundo o IBGE.

Por sua vez, “O INPC verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Esses grupos são mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos, transporte etc.”, informa o IBGE.

Em maio, a taxa do INPC ficou mais elevada em Belo Horizonte devido à disparada de 25% nos preços do ônibus urbano. Por outro lado, São Luís teve a única taxa negativa entre os locais pesquisados devido às quedas nos preços do frango inteiro (-7,63%) e da gasolina (-5,87%).

Por fim, o IBGE revelou que os preços dos produtos alimentícios subiram 0,16% em maio, desacelerando fortemente em relação ao mês anterior (0,61%). Já os produtos não alimentícios subiram 0,43%, ante alta de 0,50% em abril.