INPC: inflação para as famílias de baixa renda CAI pelo 2º mês no país
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) caiu 0,09% em julho, na comparação com o mês anterior. Isso quer dizer que os consumidores do país conseguiram pagar um pouco menos no mês passado para adquirir itens e contratar serviços no Brasil.
Essa é a segunda taxa negativa consecutiva do INPC e sucede o recuo de 0,10% registrado em junho. Aliás, em 2023, os preços subiram nos cinco primeiros meses, mas recuaram em junho e julho, aliviando um pouco o bolso dos consumidores.
Com o acréscimo do resultado mensal, o INPC passou a acumular uma alta de 3,53% nos últimos 12 meses, acima dos 3,00% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
O que é INPC?
Em resumo, o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Aliás, o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços se chama inflação.
Quando ocorre o contrário, tem-se deflação. Contudo, o termo se refere ao recuo generalizado dos preços. Quando a queda não é generalizada, mas apenas pontual, os analistas passam a considerar o resultado apenas como uma queda da inflação.
Vale destacar que o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em suma, o governo federal promove reajustes do salário mínimo conforme a variação do INPC. Inclusive, os reajustes devem ser, no mínimo, iguais à variação acumulada pelo indicador no ano anterior.
Assim, as famílias continuam a ter as mesmas condições de renda para seguirem comprando os mesmos itens ano após ano, pelo menos teoricamente. No entanto, o Governo Federal pode promover reajustes que resultem em ganhos reais para os trabalhadores, acima da inflação registrada pelo INPC, como aconteceu em 2023.
Inflação cai em 12 dos 16 locais pesquisados
No mês passado, o INPC apresentou variação negativa em oito dos 16 locais pesquisados. Por outro lado, a inflação subiu nos oito locais restantes, mostrando equilíbrio das variações em julho.
Cabe salientar que a taxa desacelerou em dez os 16 locais pesquisados, o que significa que as variações dos preços observadas em julho foram menores que as de junho.
Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas nos locais pesquisados em junho:
- Belém: 0,39%;
- Porto Alegre: 0,28%;
- Rio Branco: 0,15%;
- Curitiba: 0,14%;
- Recife: 0,13%;
- Aracaju: 0,09%;
- Fortaleza: 0,06%;
- Salvador: 0,02%;
- São Luís: -0,04%;
- Brasília: -0,06%;
- Goiânia: -0,06%;
- Vitória: -0,21%;
- Campo Grande: -0,22%;
- Rio Janeiro: -0,27%;
- São Paulo: -0,28%;
- Belo Horizonte: -0,48%.
Como observado acima, a inflação medida pelo INPC caiu na metade dos locais pesquisados, e isso manteve a taxa nacional no campo negativo em julho.
No acumulado dos últimos 12 meses até julho, todos os locais continuaram com taxas positivas, apesar do recuo mensal.
Os números mais elevados foram registrados em: Belém (5,00%), Vitória (4,77%) e Aracaju (4,33%). Em contrapartida, as menores variações ocorreram em São Luís (2,17%), Rio de Janeiro (2,69%) e Campo Grande (3,03%).
Veja os destaques de julho
Em julho, a taxa do INPC ficou mais elevada no Belém devido a forte alta de 6,42% registrada no preço da gasolina. De modo diferente, Belo Horizonte teve a menor taxa entre os locais pesquisados devido às quedas nos preços do ônibus urbano (-17,50%) e da energia elétrica residencial (-4,23%).
O IBGE também revelou que os preços dos produtos alimentícios caíram 0,59% em julho, após queda de 0,66% no mês anterior. Já os produtos não alimentícios subiram 0,07%, variação semelhante a de junho (0,08%).
Cada local possui um peso no INPC
Vale destacar que cada local possui um peso na composição do INPC. Por ser a maior economia do país, São Paulo lidera a lista, respondendo por 24,60% da inflação medida pelo indicador.
Em seguida, ficam Belo Horizonte (10,35%), Rio de Janeiro (9,38%), Salvador (7,92%), Curitiba (7,37%) e Porto Alegre (7,15%). Portanto, a inflação registrada nestes locais exerce uma influência nacional bem maior que a de Rio Branco, por exemplo, que tem peso de apenas 0,72% na composição do INPC.
INPC x IPCA
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe uma diferença sutil entre os dados do INPC e do IPCA e apenas se refere ao uso do termo “amplo”.
De um lado, “o IPCA engloba uma parcela maior da população. Ele aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos“, segundo o IBGE.
Por sua vez, “O INPC verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Esses grupos são mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos, transporte etc.”, informa o IBGE.