Início do 5G no Brasil tem data marcada: 4 de novembro

Início do 5G no Brasil tem data marcada: 4 de novembro

Daqui pouco mais de um mês, será realizado o leilão de frequências, que vai permitir às operadoras implementarem o 5G no Brasil

Para que o povo brasileiro comece a utilizar o 5G, é preciso que as operadoras possam utilizar ondas de rádio (radiofrequências) em que essa nova tecnologia de comunicação vai trafegar, algo que pertence ao governo federal. Por isso, a data mais esperada pelo setor de telecomunicações era a do leilão do espectro 5G, que foi marcado para o dia 4 de novembro deste ano.

LEIA MAIS: Em quatro anos, 35% das conexões móveis serão 5G no Brasil

O anúncio veio na última sexta-feira (24/9), com a aprovação do edital da licitação pelo Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O texto segue para publicação no Diário Oficial da União, prevista para o próximo dia 27. A partir daí, serão 30 dias corridos até a abertura de envelopes das empresas participantes, seguidos de oito dias para a realização do leilão. 

Além da data marcada, a boa notícia é que o leilão do 5G não será arrecadatório, ou seja, o poder público não planeja embolsar o valor que as operadoras vão pagar para usar o espectro. Os recursos que as empresas vencedoras pagarem serão investidos em infraestrutura de comunicação e aprimoramento da conectividade em áreas ainda carentes. 

A expectativa é que o leilão gere cerca de R$ 50 bilhões em investimentos no Brasil. De acordo com o Ministério das Comunicações (MCom), no mínimo 90% dos valores contratados no certame serão revertidos em investimentos. As obrigações previstas no edital incluem a ampliação da conectividade em regiões que hoje têm baixo índice. 

O que é o 5G? 

O 5G é a quinta geração de banda larga móvel e a evolução do 4G que temos hoje. Ele permite dez vezes mais velocidade que a tecnologia antecessora e, principalmente, diminui a latência dos dados, que é a demora em receber uma resposta ao acessar um site, por exemplo. Isso vai permitir que carros autônomos circulem com mais segurança, pois irão responder mais rápido a comandos. 

Assim como todas as outras tecnologias de rede móvel, incluindo a TV e o rádio, elas utilizam radiofrequências para trafegar. No entanto, a faixa de frequência que utilizam é diferente das que são utilizadas hoje pelo 4G, por exemplo, por isso é necessário realizar um novo leilão para obter a licença de uso dessas novas faixas. 

Para poder utilizar o 5G, será necessário um novo dispositivo. Smartphones com capacidade para se conectar ao 5G já começaram a ser vendidos no Brasil.  

Quando começa a ser utilizado o 5G no Brasil?

O Conselho Diretor da Anatel sustentou a proposta do relator Emmanoel Campelo, em especial no que tange ao cronograma da oferta comercial do 5G, começando pelas capitais. Com a aprovação, o serviço deverá estar disponível nas capitais até julho de 2022, como tem reiterado o MCom. 

O cronograma será assim: cidades com mais de 500 mil habitantes precisam contara com o 5G até julho de 2025; mais de 200 mil habitantes até julho de 2026; mais de 100 mil habitantes até julho de 2027, e nas cidades com mais de 30 mil habitantes até julho de 2028. 

Outro compromisso que as empresas vencedoras devem assumir é o de levar internet para todas as localidades acima de 600 habitantes. O edital também prevê a destinação de R$ 1, 5 bilhão para o Programa Amazônica Integrada e Sustentável, que irá conectar 10 milhões de pessoas na região norte. O edital do 5G também prevê a conexão obrigatória de escolas e, para fiscalizar o processo, uma nova entidade deverá ser criada, conforme acertado pelo Conselho Diretor da Anatel. 

Qual o impacto do leilão? 

O certame envolve a licitação de quatro frequências para a implantação da nova tecnologia para redes móveis: 700 megahertz, 2,3 gigahertz, 3,5 gigahertz e 26 gigahertz. A Anatel dividiu as frequências em lotes nacionais e regionais e irá autorizar o uso das faixas, mediante cumprimento de determinadas obrigações, que incluem os investimentos em infraestrutura para ampliação da cobertura de sinal no país.  

Outra obrigatoriedade do leilão e que aumentará a sua importância será a construção da rede privativa da Administração Pública Federal. O MCom argumenta que a rede privativa tem o objetivo de evitar vazamentos de informação e proteger dados. Segundo o ministério, há especificações técnicas recomendadas aos fornecedores de equipamentos no intuito de assegurar a confiabilidade da rede. O MCom conheceu algumas soluções utilizadas na Europa, Ásia e Estados Unidos. 

A expectativa é que, para esse fim, a empresa chinesa Huawei seja proibida de participar, já que a empresa sofre acusações – ainda sem provas – de que usa seus equipamentos de telecomunicações para vigiar governos.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Obrigado por se cadastrar nas Push Notifications!

Quais os assuntos do seu interesse?