O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,53% em janeiro deste ano. Na comparação com dezembro do ano passado, o indicador desacelerou, visto que sua variação havia sido de 0,62% no último mês de 2022. Este índice é a inflação oficial do Brasil.
De acordo com o IBGE, o principal objetivo do IPCA é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos”.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quinta-feira (9). E o resultado veio levemente abaixo do esperado pelos analistas do mercado financeiro, cuja média das projeções apontava para uma inflação de 0,58% em janeiro.
Com o acréscimo deste resultado, a variação acumulada pelo IPCA nos últimos 12 meses se manteve praticamente estável, passando de 5,79% para 5,77%.
Embora tenha recuado, a taxa continua acima da meta central definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2023, de 3,25%. No entanto, vale destacar que a taxa poderá desacelerar ainda mais ao longo do ano.
O IBGE revelou que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta em seus preços em janeiro. O principal destaque foi o grupo alimentação e bebidas, cuja variação impactou de maneira mais significativa a inflação no Brasil no mês passado.
Confira abaixo a variação registradas pelos grupos pesquisados pelo IBGE:
O IBGE revelou que o grupo alimentação e bebidas influenciou a inflação em 0,13 ponto percentual (p.p.) no mês passado. Em resumo, esse foi o maior impacto exercido no IPCA e teve grande influência dos itens batata-inglesa (14,14%) e cenoura (17,55%), cujos preços dispararam.
“As altas nesses dois casos se explicam pela grande quantidade de chuvas nas regiões produtoras. Por outro lado, observamos queda de 22,68% no preço da cebola, por conta da maior oferta vindo das regiões Nordeste e Sul, item que teve alta de mais de 130% em 2022”, explicou Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.
Por sua vez, o grupo transportes exerceu o segundo maior impacto na inflação em janeiro, contribuindo com 0,11 p.p. da alta do IPCA no mês.
“Nos transportes, os destaques foram a gasolina, com alta de 0,83%, o emplacamento e licença, que incorporou pela primeira vez a fração referente ao IPVA de 2023, com alta de 1,60%, e o automóvel novo, com aumento de 0,83%”, disse Kislanov.
E o terceiro maior impacto em janeiro foi exercido pelo grupo comunicação, de 0,10 p.p. Em suma, as principais influências vieram de TV por assinatura (11,78%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (3,24%), que impulsionaram em 0,09 p.p. o IPCA de janeiro.
“O resultado do grupo Comunicação é explicado principalmente por reajuste nos combos de telefonia, internet e tv por assinatura. Isso acaba impactando também os planos avulsos de tv por assinatura e internet, que também foram reajustados”, informou o gerente da pesquisa.
Em janeiro, o IPCA subiu em 14 dos 16 locais pesquisados registraram aumento no preço dos produtos e serviços. O avanço disseminado mostra que os brasileiros tiveram que gastar mais no mês passado para adquirir itens ou contratar serviços, em comparação a dezembro.
Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas nos locais pesquisados em janeiro:
“A menor variação foi em Curitiba (-0,05%), por conta da queda de 3,92% nos preços da gasolina. O maior resultado foi em Salvador (1,09%), onde pesaram as altas na energia elétrica (8,07%) e na gasolina(6,34%)”, informou o IBGE.
No mês passado, apenas o grupo vestuário teve uma variação negativa. A queda de 0,27% nos preços dos produtos e serviços relacionados ao grupo impactou o IPCA em -0,01 p.p., ou seja, não exerceu uma influência tão significativa assim. De toda forma, este foi o único resultado negativo no mês.
Vale destacar que os preços do grupo vestuário voltaram a recuar após 23 meses seguidos de altas. Aliás, a última vez que o grupo tinha fechado um mês em queda foi em janeiro de 2021, quando os preços recuaram 0,07%.
Em outras palavras, os brasileiros vêm pagando mais caro para comprar itens de vestiário há quase dois anos, com os preços subindo de um mês para o outro.
A saber, os itens que mais caíram em janeiro, puxando a variação do grupo para baixo, foram as roupas femininas (-1,37%). Por outro lado, os preços dos calçados e acessórios subiram 0,73%, limitando a queda do grupo.