Inflação do aluguel (IGP-M) acumula inflação de 14,77%

Dados divulgados hoje (30) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), demonstraram que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no reajuste dos contratos de aluguel no país, registrou inflação de 1,74% em março deste ano. Essa taxa é inferior às observadas no mês anterior (1,83%) e em março de 2021 (2,94%).

Segundo a pesquisa da FGV, o IGP-M acumula uma taxa de 5,49% no primeiro trimestre do ano. Já no período de 12 meses, a taxa acumulada chega a 14,77%, menos da metade da observada em março de 2021 (31,10%). Essa queda da taxa de fevereiro para março foi influenciada pelos preços no atacado. A inflação do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede este segmento, recuou de 2,36% em fevereiro para 2,07% em março.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o varejo, por outro lado, teve alta na taxa, ao passar de 0,33% em fevereiro para 0,86% em março. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também subiu, de 0,48% para 0,73% no período.

Influência da inflação na construção civil

Construir casas no Brasil vem se tornando cada vez mais caro, sendo esse um grande desafio para a população. Segundo os dados do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), os custos para construção ficaram quase 50% mais altos nos últimos cinco anos.

Deste modo, durante o período de 2016 para o fim de 2021, o valor médio do metro quadrado de uma construção subiu 47,43%, indo de R$ 1.027,30 para R$ 1.514,52. No mesmo intervalo de tempo, a inflação acumulada foi de 28,15%. A pesquisa para analisar o valor para a construir casas levou em consideração os valores com mão de obra e material. Não entram na conta gastos com terrenos, projetos e licenças, entre outros.

Além disso, o Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M) também identificou um aumento de cerca de 0,30% em dezembro, desacelerando em relação a novembro, quando o indicador aumentou 0,71%. Ao se considerar o acúmulo do custo para construção obtido durante o ano, o aumento foi de 14,03%, bem acima do verificado em 2020, quando o indicador fechou o ano com alta de 8,66%.

Vendas de Imóveis

Para quem ganha até R$ 7 mil por mês, as vendas do projeto Casa Verde Amarela foram responsáveis por 48% de todas as vendas de imóveis do ano passado. Valor que representa quase metade das pessoas que compraram casa em 2021 conseguiram financiar pelo programa.

Além disso, o que parecia bom no final daquele ano ficou melhor ainda no começo do seguinte, onde as empresas venderam mais de 50% do principal lançamento de 2021 em um único dia. Contudo os clientes dessa faixa de renda são mais sensíveis ao aumento do juros, por menor que seja.

“Existe um par chamado inflação e juros, eles andam bem juntos. As camadas de renda mais baixas foram as que mais sofreram perda de poder aquisitivo porque gastam 30% em alimentação, precisam sobreviver e cortam supérfluos e luxo. O dinheiro não rende, ele financia mais coisas básicas inclusive para cobrir as contas e está mais desprotegido porque a renda está muito apertada”, informou Alberto Ajzental, professor da Fundação Getúlio Vargas.

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