O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) do Brasil voltou a registrar alta, após cair em maio. O indicador vinha mantendo avanços recorrentes, sinalizando o bom momento para o mercado de trabalho do país. Contudo, o resultado de maio interrompeu a sequência de altas, ao cair 1,3 ponto.
Já em junho, o índice de emprego subiu 0,5 ponto, para 79,4 pontos. A alta não conseguiu eliminar toda a perda registrada no mês anterior, mas o resultado positivo indica que não houve uma tendência de queda do indicador, sinalizando que o mercado de trabalho do país segue em recuperação. Já ao considerar a média móvel trimestral, o IAEmp ficou estável em 79,5 pontos.
Confira abaixo as variações do indicador de emprego em 2024, em relação ao mês imediatamente anterior:
- Janeiro: 0,9 ponto;
- Fevereiro: 0,3 ponto;
- Março: 1,0 ponto;
- Abril: 0,7 ponto;
- Maio: -1,3 ponto;
- Junho: 0,5 ponto.
Cabe salientar que o mercado de trabalho brasileiro enfrentou muitos desafios nos últimos anos. Em resumo, a pandemia da covid-19 impactou diversos setores econômicos e provocou a perda de milhões de empregos em todo o planeta, inclusive no Brasil. E foi nesse período que o IAEmp caiu para o menor nível da série histórica.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pela pesquisa, divulgou os dados nesta semana.
IAEmp continua aquecido no país
Segundo Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre, o resultado de junho foi bastante positivo, apesar de fraco. Isso porque, em maio, o recuo poderia sinalizar que o indicador de emprego tinha chances de estar diante de períodos com dados mais fracos, mas o avanço em junho reflete a resiliência do mercado de trabalho.
“A melhora do indicador no mês recupera parte do que foi perdido em maio e mostra que a queda em maio não interrompeu a trajetória positiva iniciada em 2023. O mercado de trabalho tem se mostrado aquecido e o IAEmp sugere uma continuidade desse cenário, talvez em ritmo menos intenso“, explicou Tobler.
Com o resultado de maio, os analistas se mostraram menos otimistas em relação ao segundo semestre de 2024, acreditando que os últimos meses podem ficar marcados por mais desafios e dificuldades em relação à criação de vagas de emprego no país. Entretanto, o resultado de junho conseguiu reduzir a tensão.
“A continuidade da retomada do indicador depende da evolução da atividade econômica e do controle da incerteza, pontos que são fundamentais nas decisões de contratações por parte dos empresários“, disse o economista.
Quatro dos sete componentes do indicador sobem
De acordo com os dados do levantamento, quatro dos sete componentes do IAEmp subiram no mês passado, enquanto os três componentes restantes subiram, limitando a queda do indicador. Veja abaixo a variação de cada componente em maio:
- Indústria – Tendência dos Negócios: -0,2 ponto;
- Indústria – Emprego Previsto: 0,4 ponto;
- Indústria – Situação Atual dos Negócios: 0,9 ponto;
- Serviços – Emprego Previsto: 0,2 ponto;
- Serviços – Situação Atual dos Negócios: -0,8 ponto;
- Serviços – Tendência dos Negócios: 0,1 ponto;
- Consumidor – Emprego Local Futuro: -0,1 ponto.
Em síntese, os dados mostram que o emprego previsto cresceu tanto no setor de serviços quanto na indústria, indicando a resiliência do mercado de trabalho brasileiro no mês passado.
Da mesma forma, o componente situação atual dos negócios avançou na indústria, sinalizando uma leve melhora em relação a maio, mas recuou nos serviços, fortalecendo a queda do indicador no mês.
A saber, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) se baseia em dados das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor. Em suma, ele pode antecipar as direções tomadas pelo mercado de trabalho no Brasil, possuindo relação positiva com o nível de emprego do país.
Desemprego encolhe no Brasil até maio
Além do avanço do indicador de emprego da FGV em junho, os números mais recentes do mercado de trabalho brasileiro também foram bastante positivos.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo IBGE, a taxa de desocupação caiu para 7,1% entre março e maio deste ano.
Para a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, “o crescimento contínuo da população ocupada tem sido impulsionado pela expansão dos empregados, tanto no segmento formal como informal. Isso mostra que diversas atividades econômicas vêm registrando tendência de aumento de seus contingentes”.
A saber, a população desocupada totalizou 7,8 milhões de pessoas no período, o que representa queda de 8,8% em relação ao trimestre anterior (menos 751 mil pessoas) e recuo de 13% em um ano (redução de 1,2 milhão de pessoas).
Esses dados mostram que o mercado de trabalho parece estar se recuperando em 2024, em relação ao ano passado. Resta aguardar pelos próximos dados para confirmar a expectativa de melhora.